Responsável por abrir a segunda noite de desfiles do grupo especial do carnaval de São Paulo, a X-9 Paulistana iniciou o esquenta com muita emoção, ocasionada principalmente pelo discurso do presidente Branco e do intérprete oficial, Darlan Alves. Ambos relataram as dificuldades que antecederam o projeto de carnaval da agremiação e exaltaram o poder da comunidade. Durante a mensagem, Darlan afirmou: “Será o maior carnaval de nossa história”.
Num carnaval com diversos problemas em relação à fantasia, a X-9 Paulistana apresentou um ótimo acabamento no quesito e em alegorias, se destacando pela grandiosidade em comparação a sexta-feira de desfiles.Na comissão de frente, dois grupos cênicos se apresentaram na passagem pelo sambódromo, com um ótimo sincronismo. Passos firmes e ótima sincronização também marcaram a passagem do casal principal.
Alguns erros de evolução puderam ser notados em frente ao setor H, como efeitos sanfonas e aceleração de alas no final do desfile. A X-9 Paulistana fechou o portão final com exatos 65 minutos. A bateria Pulsação Nota Mil, dos Mestres Kito e Fábio, tocou dentro de um andamento confortável e seguro. As bossas foram de ótima execução e não comprometeram o decorrer da agremiação.
Com o enredo “A voz do samba é a voz de Deus. Depois da tempestade, vem a bonança!“, a agremiação pode almejar resultados mais positivos.
Em entrevista exclusiva à equipe da SASP, o presidente Branco comentou sobre a aceleração dos componentes na avenida: “Eu acredito que o tempo ficou curto né, viemos na moralzinha, chegou no final tivemos que dar uma aceleradinha”.
PRIMEIRO SETOR
Coreografada pela experiente Yáskara Manzini, a comissão de frente da X-9 Paulistana abriu os trabalhos no retorno da escola ao Grupo Especial com o famoso “Presente de Grego”. Na teatralização, Deus estava cansado da calmaria do céu e teria vindo à terra para brincar o carnaval. Lúcifer então, injuriado, ofereceu um cavalo de troia ao Criador, que caiu na armadilha e só fora salvo, na história xisnoveana, pelo Detetive X-9, personagem das histórias em quadrinho.
Daniel e Lyssandra, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, vieram logo na sequência representando a esperança, que de acordo com o ditado popular não morrerá nunca. Ainda na sequência, a Ala das Baianas veio representando a explosão divinal, em uma bela fantasia predominantemente branca. Logo em seguida, o sopro divinal ao empregar no ser humano a capacidade de comunicar-se com mais facilidade.
SEGUNDO SETOR
As expressões, em sua forma mais propriamente dita, ganharam espaço a partir do segundo setor da agremiação. Alas representando “O fruto proibido de Adão e Eva”, “O Arco da Velha”, “Dar a César o que é de César”, “Bicho de sete cabeças” e algumas outras foram apresentadas ao longo do segundo trecho do desfile. Destaque para a vestimenta da bateria Pulsação Nota 1000, dos mestres Fábio Américo e Kito, que representou a expressão popular “Um por todos e todos por um”, lema de Os Três Mosqueteiros.
O conhecidíssimo “Olho grande não entra na China” foi o mote do segundo carro da agremiação. Destaque para a grande escultura central representando Buda, além de menção à expressão “Elefante Branco” na alegoria.
TERCEIRO SETOR
A relação de expressões populares seguiu no terceiro setor do desfile da agremiação. “Maria vai com as outras”, “Santo do pau oco”, “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, dentro outros, foram citados no setor. Fechando o setor, a terceira alegoria fez alusão aos ditos que em sua origem possuem ligação com os reinos ao redor do mundo. Destaque para a alusão crítica aos políticos, presente no carro, no cenário mais atual.
QUARTO SETOR
No quarto setor da escola, a relação de expressões populares ganhou mais representações. Os ditados “Tirando o cavalo da chuva”, “Acabar em Pizza”, “Tirar coelho da cartola” e “Uma andorinha só não faz verão” foram lembradas, com uma pegada de criatividade e bom humor. O quarto carro alegórico da agremiação fez menção ao polêmico ditado, pois afinal, seria “Quem tem boca vai a Roma” ou “Quem tem boca vaia Roma?”.
QUINTO SETOR
Encerrando o desfile da tricolor da Parada Inglesa, o quinto setor da escola apresentou. “Com o diabo no corpo” e os passistas como “Quem dança, não segura a criança” foram alguns dos destaques do último trecho do desfile, que encerrou exaltando a própria escola a partir de um ditado popular. “Falem bem ou mal de mim, sou X-9 até o fim” encerrou o desfile tricolor, trazendo figuras carnavalescas como Arlequins, Pierrôs o Rei Momo. Destaque especial para a presença da Velha Guarda xisnoveana, presente na última alegoria.
