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Confira a resenha da 6° edição da Seletiva do Balatucada

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No último sábado (26) aconteceu a 6° edição da seletiva do torneio universitário Balatucada, no qual as duas primeiras baterias ganham o direito de se apresentar no grupo principal da disputa. A seletiva contou com um bom de número de pessoas, vestidos e pintados com as cores de sua respectiva bateria. O clima universitário tomou conta da quadra da X-9 Paulistana, e forneceu um sábado repleto de integração para todos os presentes.

A primeira bateria a subir no palanque trouxe um sotaque pouco visto em São Paulo. Diretamente do Paraná, o C7 se apresentou com 28 ritmistas, onde oito eram do naipe de caixa e cinco do tamborim. A entidade realizou um ritmo bem firme, trabalhado no BPM 135, contando com interações de diferentes instrumentos entre si. Todos os integrantes do C7 estavam descalços e não pouparam animação. A bateria viajou cerca de 12h para o torneio, mas no final todos foram recompensados com um 4° lugar e o prêmio de melhor mestre, dado ao Pietro Gusso.

Logo após foi a vez da Bateria Malagueta, da UNIFESP de Guarulhos. A torcida apoiou a entidade até o momento final da apresentação, vibrando a cada realização de breque, inclusive músicas realizadas pelos agogôs. A Malagueta foi a única a trazer uma cuíca no evento, porém não evitou o descenso à pré-seletiva.

Com sete tamborins, a Bateria LEÕES arriscou e trouxe um andamento variado entre 135 e 137. A valorização do ritmo era frequente a cada intervalo de bossa. A batucada de Medicina da UNICID realizou seis pausas, cinco foram subidas de repique e uma retomada com o ritmo do forró, ato que influenciou negativamente a bateria a sofrer o descenso para pré-seletiva.

Responsáveis pelo maior “sururu” na quadra da X-9 Paulistana, a BaterECA subiu seu ritmo por volta das 16h30 do sábado. A entidade da Escola de Comunicação e Artes da USP não economizou nos desenhos de tamborins, chocalhos e nas rufadas das caixas. A coreografia e andamento constante foram um dos pontos positivos dos Baterecanos, sem contar a animação dos ritmistas e da torcida. Variações de batidas na caixa e retomadas no contratempo dos surdos de marcação, tocado exclusivamente por mulheres, foram encontradas. O destaque ficou por conta do solo de repique e terceira, no décimo minuto de apresentação, onde toda a bateria realizou uma coreografia. O final da apresentação foi um ponto com bastante emoção, onde diversos ritmistas choraram, inclusive a Mestre Thainá Santos, compensados com o prêmio de melhor repique e chocalho da Seletiva, e a vice-colocação do torneio.

Em sua nona participação em Balatucada, a Bateria FEA PUC subiu no palanque com boas expectativas. Tendo o terceira no contratempo, e duas linhas de surdo, a afinação optada pelos ritmistas foi o tom mais grave, presente também nas caixas e no repique mor. O ponto de destaque foi o naipe de agogôs, firmeza nos desenhos, no ataque e base de diversas bossas foram perceptíveis. Algumas inconstâncias de ritmo e falta de entrosamento entre os tamborins ameaçaram a permanência da FEA na Seletiva.

Completando 20 anos de existência, a Bateria da Cásper entrou na seletiva com um nó na garganta desde o descenso do último torneio principal do Balatucada. A missão de cumprir com o favoritismo pareceu não abalar os ritmistas da Paulista 900. A introdução do ritmo foi baseada no desenho do agogô, contendo algumas variações de tamborins e explosão durante a realização da bossa. No sexto minuto de apresentação, a BCL variou sua batida de caixa, realizando a batida da Mocidade Independente de Padre Miguel, seguida depois por um toque similar ao forró, breque coreografado. Os repiques responsáveis pela base eram formados por uma dupla feminina, Beatriz Araújo e Tácia Herstig. A entidade vermelha e branca não ousou e apostou num andamento pra trás, bpm 120, tendo em vista a valorização do ritmo e qualidade de eficiência. Atitude que gerou bons resultados, resultando em três premiações de naipes de ouro: Surdos de marcação, caixa e agogô, além do título da 6° edição da Seletiva do Balatucada.

A apresentação da Bateria Farmatuque foi uma das surpresas positivas do torneio. O começo do ritmo foi empolgante, a torcida vibrava a cada bossa realizada, inclusive com os solos de xequerês. Uma caixa de guerra foi utilizada num determinado momento, fornecendo um tom grave, presente na afinação da entidade. O ponto principal da Farmatuque foi o trio de tamborins: Rennan Muniz, Gustavo Ramirez e Otávio Gomes, onde os três ritmistas se olhavam constantemente, realizando uma execução com muita qualidade e ganhando o prêmio de melhor naipe do torneio. O xequerê e o surdo de terceira também conquistaram a premiação.

Chegando perto do fim do evento, a Bateria Manda-Chuva se apresentou sob expectativas positivas de todos os presentes. A introdução trouxe uma levada de timbal, porém a falta de entrosamento entre as caixas atrapalhou a excelência do breque. Os ritmistas dos instrumentos leves contagiaram o público com muita animação, inclusive as quatros ritmistas de tamborim.  O destaque ficou por conta do solo de timbal no final da apresentação.

Encerrando a noite de apresentação da seletiva, a terceira colocada de 2016, Bateria 22, optou pela valorização do ritmo e diversas coreografias. A batucada inovou e trouxe uma bossa com base num pandeiro, por volta do décimo minuto de apresentação. O surdo de terceira continha diversos desenhos com duas baquetas, e os chocalhos com lâmpadas em LED ao contorno do instrumento.

Após uma espera cercada de apreensão e expectativa por parte dos ritmistas, o anuncio aconteceu no final da noite. Cobiçado por oito baterias, o prêmio de campeã da 6° edição da Seletiva do Balatucada, entregue pelo jurado Jonas Lessa, ficou para Bateria da Cásper, quatro pontos a frente da vice-colocada, BaterECA.

Em conversa com a SASPERIA logo após o anuncio, o Marcelo Pires, mais conhecido como Mestre Tieta, comentou sobre o primeiro lugar:

“A gente que é sambista não sabe o quanto precisa ser feito para estruturar uma bateria universitária. Mesmo com pouco ensaio conseguimos suprir com o exigido. Agora é manter, é um jogo que vai e volta, ganha e perde. O importante é que eles se divirtam e façam um som bacana”.

Perguntado sobre o andamento da bateria, Tieta defendeu:

“Viemos com a proposta de atrasar o nosso andamento que sempre foi muito pra frente. Eu sou oriundo do samba, da Mocidade Alegre, e nossa bateria toca nesse mesmo andamento, com a mesma batida, com a mesma afinação, mas tocamos em um campeonato né, quanto mais rápido você toca, mais você se arrisca, e optamos por arriscar mais nas bossas”.

Confira o resultado, pontuação e premiações abaixo:

1° Lugar: Bateria Cásper Líbero – 198,6 pontos.

2° Lugar: BaterECA  – 194,5 pontos.

3° Lugar: Farmatuque – 193,6 pontos.

4° Lugar: C7 – 192,55 pontos.

5° Lugar: Manda-Chuva – 188 pontos.

6° Lugar: 22 – 184,9 pontos.

7° Lugar: FEA PUC – 183,9 pontos.

8° Lugar: Malaguetta – 183,75 pontos.

9° Lugar: Leões – 175,3 pontos.

 

Estandartes:

Melhor Mestre – C7

Melhor Chocalho – BaterECA

Melhor Tamborim – Farmatuque

Melhor Agogô – Bateria Cásper Líbero

Melhor Surdo de Terceira – Farmatuque

Melhor Surdo de Marcação – Bateria Cásper Líbero

Melhor Caixa – Bateria Cásper Líbero

Melhor Repinique – BaterECA

Melhor Xequerê– Farmatuque

Botequim da SASP