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Jorginho Soares, a voz de todos os sambas!

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Se você parou para ouvir os sambas concorrentes do carnaval paulistano para 2018, com certeza a voz de Jorginho Soares esteve presente em um deles. Na verdade em um não, mas sim em aproximadamente 70 obras que concorreram nas disputas de samba-enredo em São Paulo, já que ele é o preferido dos compositores para conduzir o coral nas gravações em estúdio.

A vida em estúdio não é nenhuma novidade na vida de Jorginho, que há muito tempo já faz esse trabalho com artistas e grupos de muito sucesso no samba, como Beth Carvalho, Mauro Diniz, Sensação, Pixote e Exaltasamba, entre outros. Porém o samba-enredo entrou na sua vida há 10 anos, quando foi compor um samba para o ainda bloco carnavalesco Unidos de Santa Bárbara, que mais tarde virou escola de samba, localizado na região do Itaim Paulista, no extremo leste de São Paulo, bairro onde vive o cantor. Em entrevista para a SASP, ele contou como foi essa chegada ao carnaval.

Show ao lado do maestro João Carlos Martins

“Depois que ganhei esse samba na Santa Bárbara, fui convidado para ser o cantor oficial da entidade no carnaval 2007. Coincidentemente, o meu grande amigo e produtor musical, Didi Pinheiro, me convidou para fazer parte do coral do CD do grupo Especial 2007. E foi nessa gravação onde eu conheci o quarteto fantástico, que foi fundamental para a minha entrada de vez no carnaval, que são eles: Didi Pinheiro, Maradona, Turko e Luis Ferracini. Digo isso, pois se hoje eu estou no carnaval e vivo disso, é graças as esses quatros caras, já que o Didi me levou para as gravações, o Maradona me levou para cantor na avenida, o Turko me convidou para compor para as eliminatórias e por fim, o Ferracini me levou para os shows de carnaval, então veja como eles são importantes na minha carreira”, relembrou Jorginho.

A partir dai, o carnaval não saiu mais da vida do cantor em diversas vertentes. Como intérprete, fez parte dos carros de som da Tom Maior, Império de Casa Verde, Inocentes de Belford Roxo, Caprichosos de Pilares e Dragões da Real, escola em que defende atualmente, trabalhando ao lado de Rene Sobral. Como oficial, Jorginho conduziu o carro de som da Unidos de Santa Bárbara por sete anos, e do bloco carnavalesco Vovô Bolão. Perguntado sobre a possibilidade de voltar como cantor oficial, Jorginho explicou que tem essa vontade de voltar de conduzir o carro de som de uma agremiação, independente do grupo, mas sabe que as coisas acontecem com o tempo.

Com uma técnica bastante apurada, Jorginho se tornou o rei das gravações de sambas-enredo, tanto no período de eliminatórias, como os CDS oficiais. O ritmo nesse período é intenso e para dar conta de gravações, shows, ensaios e ainda girar a toalhinha defendendo sambas nas disputas, Jorginho contou que o grande segredo para manter a voz intacta é o descanso. “Eu sempre digo que os melhores remédios para cuidar da voz é água e sono. Então sempre que posso, entre um evento e outro, procuro descansar, pois a voz é meu instrumento de trabalho. Além disso, não bebo, não fumo e não abuso das cordas vocais, assim conseguimos manter esse ritmo forte tanto nos shows, como nas apresentações e gravações de samba-enredo”, enfatizou.

Jorginho e parte da sua equipe de gravação

Jorginho também é conhecido por descobrir talentos vocais e inseri-las no carnaval por meio das gravações de coral nos sambas concorrentes. Assim como ele, a equipe de cantoras que ele formou também está totalmente inserida no mundo do carnaval, como Grazzi Brasil, Carol Oliver, Hellen Cristina, Karyn Ebony, Tami Uchôa e Orfea Bertolini. “Falar dessa equipe é muito importante, pois se tem uma coisa que me dá mais prazer do que cantar é a oportunidade de gerar oportunidades e graças a Deus, consegui apoiar vários cantores, cantoras e músicos. Um exemplo é a ascensão das meninas que começaram comigo, como a Hellen, que é backing vocal do Péricles, sua irmã Carol, que faz parte do carro de som da Império, a Karyn, que já tinha uma carreira consolidada como backing vocal, que eu trouxe para o carnaval, e hoje faz parte do carro de som da Mancha, ao lado da Tami, que chegou recentemente, e o fenômeno chamada Grazzi Brasil, que estourou no carnaval no último ano e hoje defende sambas em São Paulo, no Rio de Janeiro e ainda fará parte do carro de som do Vai-Vai e da Paraíso do Tuiuti, no carnaval carioca. Fazer parte da trajetória de cada uma delas é muito gratificante, só tenho a agradecer essas meninas talentosas”.

Claro que para ser esse fenômeno no carnaval, Jorginho reconhece que teve o apoio de diversas pessoas que acreditaram no seu trabalho e finaliza nosso bate-papo falando disso. Além do quarteto fantástico já citado, o cantor agradeceu o apoio de alguns amigos como Rodrigo Pimentel, dono do RW Studio, o maestro Enzo Bertolini, Tinga, Thiago Brito, que o levou para cantar na Sapucaí, e todos arranjadores, compositores e intérpretes com quem ele teve a honra de trabalho nesse período. “Só tenho a agradecer por esse carinho e retribuição que tive na carreira, não só no carnaval, mas nos tempos do samba do meio de ano. A toalha vai continuar girando as eliminatórias e também no desfile na avenida, pois faço questão de levar um toalha personalizada para todos que trabalham ao meu lado no carro de som, assim podemos brincar com o público. Obrigado SASP pela oportunidade que contar um pouco da minha histórias, sempre que precisar de mim, é só chamar”.

Botequim da SASP