Responsável por diversos desfiles em escolas tradicionais do Rio de Janeiro como Império Serrano, Mangueira e Tijuca, Mauro Quintaes, atualmente na Dragões da Real, usou usou suas redes sociais para expor sua opinião a respeito da última decisão do prefeito Marcelo Crivela contra os desfiles.
Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura cortou 50% da subvenção destinada as escolas de samba.
“Me posicionei com as armas que tenho. Estou em São Paulo, um pouco afastado do Rio, mas tenho um carinho muito grande pois é a minha formação. Cada pessoa usa o que tem. A nossa, é a arte. Sou carnavalesco e figurinista, tenho isso de munição para me posicionar contra esse absurdo que está sendo feito com os desfiles das escolas de samba. Cada um tem que fazer com o que pode. Seja com dança, com poesia, com desenho. Políticas a parte, acho que o carnaval é uma manifestação cultural gigantesca. É a maior festa popular do mundo. Ser tratada com esse desdém pelo prefeito é criminoso.
Mauro comentou sobre a frustração que é para um carnavalesco, assistir o projeto feito em um ano não poder ser executado da maneira como foi pensada.
“Frustra bastante um carnavalesco idealizar um projeto de um ano, que você acredita, que faz suas alegorias e fantasias, e de repente se vê numa situação onde não é possível concretizar seu sonho. Vai muito além dos 500 mil pra cada escola. São 4 anos de prefeitura, estamos no segundo. A cada ano a prefeitura está sufocando e estrangulando o oxigênio artístico do carnaval.
O carnavalesco lembra que a perseguição não começou hoje. E sim, lá atrás. Onde os sambistas se deixaram levar por promessas de campanha, articuladas pelo atual prefeito.
“É difícil expressar o sentimento. Porque as promessas foram feitas na base da campanha. Certamente o prefeito mobilizou o povo do samba que se rendeu as promessas. Estava muito claro que mais cedo ou mais tarde aconteceria isso, desde o primeiro ano que o prefeito se posicionou. As escolas deveriam ter se munido com alguma ação que garantisse o repasse de verba. Os artistas do carnaval do Rio tem que criar uma mobilização independente de viés político. Tem que afastar o medo de se posicionar, porque política se faz com coragem. Carnaval não é só quesito, existe a emoção do momento. As crises acabam alavancando carnavais belíssimos e carregados desse sentimento. Acredito que o carnaval vá acontecer sem dúvida. O quesito alegoria, que é mais prejudicado, tem que ser substituído pelo canto, pelo samba, pelo conjunto da obra. Talvez o momento possa oxigenar a festa e fazer com que tenhamos um excelente trabalho”, finalizou o artista.