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Tatuapé faz desfile em alto nível e mostra estar na briga pelo bicampeonato

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A atual campeã, Acadêmicos do Tatuapé mostrou que a técnica e a simpatia da escola podem andar juntos e resultar em um desfile grandioso. Entre os destaques, o canto da escola que levantou as arquibancadas do Anhembi e foram presentes durante todo o desfile. Era possível ouvir a voz dos componentes de maneira clara e perceber a empolgação que refletia na escola inteira.

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ANÁLISE BOTEQUIM DA SASP

O intérprete Celsinho Mody e toda a ala musical demonstraram intimidade com o andamento da escola e levantaram além dos componentes, toda a arquibancada do Anhembi. A agremiação além de evoluir positivamente durante toda a apresentação, esbanjou uma coreografia geral nos principais refrãos do samba-enredo.

A criatividade e o estilo colorido de Wagner Santos foram presentes durante todo o desfile, tanto nas alegorias, quanto nas fantasias. A facilidade com que se identificava as cores e suas funções foi de extrema nitidez durante toda a apresentação da escola. Da comissão de frente até a quinta alegoria da agremiação era possível identificar a riqueza de detalhes e o acabamento detalhista do carnavalesco.

 

PRIMEIRO SETOR

O desfile da campeã do carnaval em 2017 teve início com a intenção de recriar o momento em que os índios avistaram os franceses que chegaram ao Maranhão. Coreografada por Leonardo Helmer, a comissão de frente do Tatuapé mostrou esse encontro com uma mulher representando a índia nativa e os outros 14 integrantes como franceses, chamados de papagaios amarelos pelos indígenas.

Logo na sequência, o desfile do Tatuapé contou com uma ala representando o mar por onde as caravelas europeias vieram até o Maranhão. Diego e Jussara, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, vieram logo na sequência, representando a fauna e flora maranhense. Antes do primeiro carro alegórico da Azul e Branca da Zona Leste, a Ala das Baianas representou a floresta maranhense e toda sua riqueza natural. Posteriormente, o abre-alas do Tatuapé também predominantemente verde, representou a chegada dos franceses ao Maranhão e a interação e integração do país europeu com o estado do nordeste brasileiro. Destaque para a presença do leão, símbolo do Palácio de Versalhes e da atual sede do governo maranhense, à frente da alegoria.

SEGUNDO SETOR

Na sequência do desfile do Tatuapé, houve espaço para os povos que tentaram – uns sem sucesso e outros com sucesso – explorar e colonizar as terras maranhenses. Os franceses que primeiro chegaram e fizeram com que São Luis fosse a única capital brasileira não fundada por portugueses, os lusitanos e espanhóis que em união conseguiram expulsar os franceses e assumir posse do local, além dos holandeses, que tentaram dominar o Maranhão e não conseguiram, foram lembrados nas primeiras alas da agremiação.

Com os índios também sendo retratados em ala, coube ao segundo carro retratar o povo africano que chegou às terras maranhenses por força do trabalho escravo. O segundo carro trouxe um grandioso navio negreiro no primeiro dos carros acoplados, e no fundo, as influências dessa cultura para a formação do povo do Maranhão.

TERCEIRO SETOR

Elementos da história do Maranhão estiveram presentes no terceiro setor do desfile do Tatuapé. Em alas, espaço para “O Conciliador”, jornal mais antigo e importante da história do local e criado com viés ideológico num contexto de lutas e movimentos políticos e sociais; A Revolta de Beckman, sobre o monopólio português no comércio local; e a Balaiada, revolta movida por um grupo de negros contra as injustiças e desigualdades sociais.

Finalizando o setor, as lendas do Maranhão. Em outra alegoria acoplada, a primeira parte retratou a lenda de Ana Jansen, que ao passar com sua carruagem puxada por mulas com as cabeças em chamas, deixava sombria a localidade. Na segunda parte, espaço para as lendas da Praia do Olho D’água (da lenda indígena sobre a paixão da Mãe D’água por um jovem da tribo), do Palácio das Lágrimas (local habitado e disputado por poder e dinheiro por membros da mesma família) e do Touro Negro (que sempre aparece nas noites de sexta-feira, no município de Cururupu).

QUARTO SETOR

As festas folclóricas da região foram os destaques do penúltimo setor do desfile da Azul e Branca. Alas com belo conjunto visual e palheta de cores retrataram a Festa do Divino, o Tambor de Crioula, a Casa das Minas e de Nagô, além da celebração da Semana Santa. Finalizando o setor, o quarto carro alegórico da escola trouxe a tradição cultural e a Jamaica brasileira. A festa mais popular do estado, o Bumba Meu Boi, e a influência do reggae jamaicano na formação cultural e de identidade do Maranhão, foram retratados, em um conjunto alegórico dividido em três partes.

QUINTO SETOR

Encerrando o desfile do Tatuapé, as belezas do Maranhão, os sabores e a fé do povo do estado. Os lençóis maranhenses, os pescadores, os artesãos e os fofões (figura típica do carnaval local) foram destacados. Por fim, a quinta e última alegoria da escola ressaltou a culinária local e uma das maiores festas do povo do Maranhão, a celebração do dia de São José do Ribamar, o santo padroeiro do estado. Uma grande escultura, semelhante a réplica da estátua original do santo, foi o destaque da última alegoria da atual campeã do carnaval no desfile.

Botequim da SASP