Home > SASP > ESPECIAIS > Colunistas > Carol Guerrero > Transformar o sonho (ruim) em (boa) realidade!

Transformar o sonho (ruim) em (boa) realidade!

Spread the love

*Por Carol Guerrero

A última semana foi marcada pela dor. Uma tragédia sem precedentes que não está nos fazendo repensar diversas coisas em nosso Carnaval, mas deveria. Nossos pais sempre dizem que devemos aprender com os erros dos outros e aqui está um concreto exemplo dessa lição.

Não foi apenas uma alegoria com problemas. Não foi apenas um acidente. Foi a vida de alguém. Foi uma família. Não foi um filme ou um enredo lúdico a ser contado. Aconteceu! É real, vivemos isso!

E a pergunta que está latejando aqui é o que faremos com isso? Você já parou para se perguntar? O que a sua escola de samba fará com esse “aprendizado”?

Aqui, da minha cadeira imparcial, de quem ama o Carnaval e não representa qualquer agremiação, vejo movimentações que me assustam no Carnaval de São Paulo. Por que fulano ou ciclano se sente capacitado a gerir uma escola de samba? Qual a capacitação técnica administrativa, financeira, de comunicação, de gestão e de recursos humanos as nossas diretorias têm? E as próximas gestões? E se não tem, por que não buscam estudar ou trazer gente capacitada do mercado? A experiência da vida e de anos dentro de um barracão também conta, mas não assina laudo, não forma outras pessoas, não capacita terceiros. Também não estou dizendo que é 100% assim, mas é maioria.

Os “acidentes” no Carnaval carioca de 2017 poderiam perfeitamente ter acontecido aqui em SP. Ou não? E neste momento, repito o meu questionamento. Por que para ser presidente ou diretor de uma escola de samba as pessoas acham que basta simplesmente ser da comunidade ou amar o pavilhão? Uma agremiação é uma empresa e para dar certo precisa das pessoas corretas nos lugares certos. Não se iludam, a tarefa não é fácil.

Amor e comprometimentos são fundamentais, mas o sucesso também depende de conhecimento, capacidade técnica, comportamento e de um grupo unido em prol de um único ideal. Não façam de suas agremiações um espaço de eventos. Construam empresas, desenvolvam pessoas e busquem a sustentabilidade do negócio Carnaval. Se não cuidarmos do nosso negócio e criarmos uma reputação positiva de nós mesmos, não teremos a disputa de Escolas de Samba no futuro.

Repensem suas escolhas e seus objetivos. Capacitem-se! Se vocês querem um sucesso sustentável a longo prazo, corram atrás de conhecimento. Aproveitem a lição trágica que bateu à nossa porta e busquem soluções efetivas. O Carnaval 2018 está aí e temos mais uma oportunidade de fazer diferente!

*Carol Guerrero, jornalista, integrante da SASP e apaixonada pelo carnaval de São Paulo.

Outros textos de Carol Guerrero

Por que algumas escolas de samba não investem em comunicação?

O carnaval passou e como todos os anos assistimos a uma ampla dança das cadeiras

Botequim da SASP