Sendo a quinta escola a desfilar, a Sociedade Rosas de Ouro se redimiu em relação a 2018 e fez a sua comunidade voltar a acreditar no titulo do carnaval.
Como de costume, a “Bateria com Identidade” comandada pelo Mestre Rafa, mais uma vez impressionou. Com o andamento em 146 e bossas espetaculares os ritmistas da Roseira levantaram o sambódromo e conduziram a escola a fazer novamente um grande desfile e provar que a Rosas de Ouro voltou a fazer desfiles a nível do tamanho gigantesco da escola.
As fantasias da escola também merecem destaque junto ao trabalho de André Machado. A Rosas entrou na avenida pronta, bem preparada e com o desfile controlado. Apenas em um setor, a escola apertou um pouco mais o passo para cumprir os 65 minutos permitidos e encerrou seu desfile com a esperança de titulo rondando novamente a Brasilândia.
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O Rosas de Ouro iniciou seu desfile de maneira pesada mas conseguiu unir a carnavalização à seriedade do tema. Sua comissão de frente apresentava uma homenagem aos mártires do genocídio Armênio em 1915. Os figurinos foram inspirados nos próprios mártires segundo a obra de José Jerez. Dentre os personagens, um feminino e um masculino ostentavam uma cruz armênia em ouro como símbolo da fé inabalável do povo armênio. Acompanhando a comissão havia um tripé cenográfico com o famoso monumento armênio “Museu Memorial do Genocídio”, com doze pilares representavam a eternidade em homenagem as vítimas. Logo atrás veio o casal de mestre-sala e porta-bandeira fantasiados de “O pássaro grunk”, símbolo da imigração pois etá sempre voando rumo à terra natal. A partir daí se iniciou o primeiro setor da escola como o possível jardim do Éden, mostrando as civilizações que antecederam os armênios. Imponente, o abre-alas era “O esplendor do paraíso nas planícies do Ararat”. Nele estavam Adão e Eva, muitas árvores, arca de Noé, e uma pomba branca fazendo referência ao pássaro símbolo do recomeço. As alas seguiram mostrando os povos nativos, neste setor, a bateria veio fantasiada de “Os Fedayiner”, conhecidos como os sacrificados que se organizavam em ações heroicas para defender a Armênia da civilização turca. Fechando a primeira parte do desfile estavam as baianas vestidas de “Astghik, a Deusa do Amor”.
Abrindo o segundo setor, intitulado de “Terra cobiçada de grandes heróis” que representava as civilizações que invadiram a região da Armênia Histórica e os heróis que lutaram para defendê-la, estavam os “Assírios” que foram os primeiros a invadirem o território ainda no século X. A segunda alegoria era o “Berço de Guerreiros Fascinantes”. Persas, gregos e romanos vieram a seguir.
A história de como a Armênia adotou o Cristianismo como religião foi narrada no terceiro setor, chamado de “A primeira nação Cristã”. A terceira alegoria continha santos católicos num estilo rústico. Estavam no carro as representações de São Gregório, São Judas Tadeu, São Bartolomeu entre outros. No setor seguinte falou-se da produção cultural da Armênia mesmo sofrendo com os infortúnios da sua história. Quarta alegoria trouxe a “Arte Armênia – herança enraizada nos teus filhos”. Com a finalidade de enaltecer a cultura dos armênios através dos principais artistas que resistiram a diáspora e ao genocídio. As cores do carro foram inspiradas na bandeira armênia, pensadas para realçar o orgulho do seu povo: o vermelho pelo sangue derramado, o azul pela vontade em viver num céu de paz e a cor laranja o intelecto, a criatividade e a natureza produtiva dos armênios.
Encerrando o desfile da escola o último setor trazia a arte que corre nas veias. Era o Rosas de Ouro se vestindo de Armênia e convocando todos para uma grande festa em homenagem ao povo. Relembrando os grandes desfiles que aconteciam na avenida Tiradentes, passarela do samba que tinha a praça denominada Armênia como concentração, quando o a Roseira se tornou a última escola campeã. A quinta alegoria teve a proposta de terminar o desfile de forma festiva relembrando os antigos carnavais. Com diversas homenagens aos fundadores e personalidades da Sociedade Rosas de Ouro.