A Liga das escolas de samba de São Paulo surpreendeu ao divulgar que todas as faixas do CD, especial e acesso, seriam gravadas ao vivo. Em todos os anos anteriores, exceto 2012, os sambas eram produzidos em estúdio musical.
O intuito principal do projeto era reproduzir ao máximo a realidade de cada bateria, respeitar a identidade da agremiação e tentar trazer o clima similar ao de desfile.
Para entender como foi esse processo de construção, a equipe de reportagem da SASP conversou com o Produtor do CD do carnaval de 2018, Marcelo Casa Nossa.
“Primeiro fizemos um pré-agendamento com as escolas. Através de reuniões decidimos a melhor data pra cada uma, nessa conversa aproveitamos para decidir arranjos e tons para a faixa. Em seguida construímos uma tenda na Fábrica do Samba para realizar as gravações, primeiro grava bateria e depois coral. Para um melhor aproveitamento dos instrumentos, os naipes foram divididos. Com a base já gravada, o coral grava em cima dela. Depois fomos para o estúdio, gravar vozes e complementos, mixar e masterizar”, e acrescenta: “Pude fazer uma grande parceria com o Rodrigo Pimentel, um técnico talentosíssimo”.
“Aquela parada meio suja é proposital, coral bem espalhado, uma parada quente, etc. Ao passo que no estúdio é tudo muito limpo, coral no lugar, tudo altamente sincronizado, um lance bacana também, porem mais mecânico e artificial”, afirma Marcelo.
Segundo ele, cerca de 120 pessoas foram envolvidas na gravação de uma faixa. Cada agremiação levou aproximadamente 40 ritmistas, 60 pessoas para o coral, dois músicos de complementos em percussão (cavaco, violão, bandolim e piano) e mais a equipe técnica.
“Eu gostei do resultado final. Acho que temos uma base bacana pra iniciar uma boa estrada de gravações ao vivo. Acho também que agora é corrigir o que erramos, e cada vez mais chegarmos perto da perfeição. Agora é colocar a cabeça no lugar e visualizar um futuro bacana pro CD do carnaval de Sampa”, conclui.
Em 2012, a LIGA realizou suas gravações ao vivo, mas o projeto se encerrou ano seguinte. Sobre isso, Marcelo Casa Nossa argumenta:
“O projeto tem que ter continuidade, não podemos desviar nosso foco, a ideia é ótima. Foi uma decisão dos presidentes e da direção de carnaval. Eu acho que interromper um projeto desse é um erro, porém, a fila anda e temos que acatar a decisão que os dirigentes possam tomar”.
O CD contará com todos os sambas do Grupo especial, Acesso 1 e 2, e serão vendidos por R$ 20,00, com ingresso para a entrada incluso. O evento acontece neste sábado, dia 2 de Dezembro, na Fábrica do Samba, com apresentação Ao Vivo das 34 agremiações.
O inicio da festa está programado para as 13h. Uma hora depois se apresenta a Uirapuru da Mooca. Em seguida estão Dom Bosco, Brinco da Marquesa, Combinados de Sapopemba, Amizade Zona Leste, Estrela do Terceiro Milênio, Torcida Jovem, Santa Bárbara, Camisa 12, Mocidade Unida da Mooca, Morro da Casa Verde e encerra o Grupo de acesso 2 com a Tradição Albertinense.
Às 18h, começa a apresentação do Grupo de acesso 1 com a Barroca Zona Sul, depois se apresentam Leandro de Itaquera, Nenê de Vila Matilde, Colorado do Brás, Camisa Verde e Branco, Águia de ouro, Pérola Negra e Imperador do Ipiranga.
Já no Grupo Especial do Carnaval Paulistano, a festa se inicia com o som da Independente Tricolor. Na sequência se apresentam Unidos do Peruche, Acadêmicos do Tucuruvi, Mancha Verde, Acadêmicos do Tatuapé, Rosas de Ouro, Tom Maior, X-9 Paulistana, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre, Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Dragões da Real e o Lançamento do CD se encerra com a apresentação da Unidos de Vila Maria.
A apresentação seguiu a ordem de desfile do carnaval de 2018 e pode ser alterada pela organização do evento.