Dessa vez o #EspecialMestres trouxe um grande nome. Nada mais, nada menos que o principal responsável pela bateria da Mocidade Alegre, Mestre Sombra.
Marcos Rezende começou desfilando na ala das crianças em 1976, na Tom Maior. Seu primeiro instrumento a dominar foi o chocalho, passou pelo Pérola Negra e Águia de Ouro até se firmar na Camisa Verde e Branco. A partir de 1993, Sombra se dedicou exclusivamente a Mocidade Alegre, escola da sua esposa Solange Cruz, atual presidente. Além da agremiação do Limão, ele também foi mestre da Mancha Verde (2001, 2002 e 2003) e participou algumas vezes da produção do CD do Carnaval de São Paulo. Além de mestre, também assume o cargo de vice-presidente da Mocidade Alegre e Diretor de barracão.
Durante a exclusiva entrevista com a equipe da SASP, Mestre Sombra revelou a origem do famoso apelido que carrega:
“Quando eu era pequeno acompanhava meu tio Marcos em todos os lugares que ia. O seu amigo, saudoso Bottioun, me apelidou de Sombra por isso”, conclui.
Marcos carrega 45 anos de casa, mas revela que teve algumas dificuldades. “No inicio não foi bom, eu tinha vindo de outra agremiação e com pouco tempo me tornei mestre. A rejeição no começo foi de 100%”, afirma Sombra.
A bateria Ritmo Puro carrega características fortes em seu ritmo. Sua batida de caixa é oriunda desde a fundação da escola, similar ao partido alto, com acentuação no tempo. As terceiras tem um misto de solto com padronizado. Os desenhos de tamborins são bastante específicos e bem elaborados. De instrumentos opcionais, a Mocidade traz o agogô e timbau. A Ritmo Puro também surpreende na formação da bateria, na saída da concentração a primeira fileira é apenas com cuícas, seguido pelos instrumentos pesados. Os instrumentos leves aparecem apenas no final. No recuo, volta à formação tradicional com os leves na frente.
E sobre o significado do nome “Ritmo Puro”, o Sombra explica: “O mestre Orelha, da União da Ilha, nos deu esse nome durante uma gravação ao vivo. Nossos ritmistas faziam sempre uma batucada antes e durante o intervalo ele me chamou de canto e disse que a Mocidade Alegre era RITMO PURO, daí aderimos carinhosamente esse nome”.
Em 2018, Sombra aposta num andamento mais confortável, voltando a moda antiga, partindo no 146 BPM. As criações de bossas na grande maioria são feitas pelo próprio Sombra, mas desde 2012 recebe ajuda do Vinicius Rezende, Sombrinha (Filho), Quexo, Abolição e o Maizena.
A Mocidade Alegre busca o seu 11° título com o enredo: “A voz marrom que não deixa o samba morrer”. Entra na avenida como a terceira agremiação da noite de sábado, dia 10 de fevereiro.
“Esperem uma bateria única e exclusivamente focada no ritmo e nas necessidades da escola”, garantiu Mestre Sombra.