Terceira da escola a entrar na segunda noite de desfiles do Anhembi, a Gaviões da Fiel levantou as arquibancadas com um desfile assinado por Paulo Barros e Paulo Menezes, com o enredo Um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei porquê….
Tetracampeão do carnaval carioca com 3 títulos pela Unidos da Tijuca e 1 título da Portela, Barros e seus carros alegóricos levantaram as arquibancadas e foram o ponto alto do desfile da escola. Destaque para a quarta alegoria, que fazia referência ao filme Nas Montanhas dos Gorilas. A bateria Ritimão, do mestre Ciro Castilho, também se destacou e ajudou a impulsionar o desfile da escola.
A comissão de frente, coreografada por Edgar Junior, trouxe a história de Romeu e Julieta e vinha causando fervor nas arquibancadas com uma passagem em que a roupa de um dos integrantes pegava fogo. Entretanto, ao passar pelo setor B e bem perto de uma das torres de jurados, a capa de um dos componentes caiu no chão e lá ficou por alguns minutos. A evolução da escola também oscilou e os componentes chegaram a acelerar o passo de forma considerável do meio para o final do desfile, que terminou aos xx minutos.
PRIMEIRO SETOR
O desfile dos Gaviões da Fiel começou com a clássica história de Romeu e Julieta como ilustração do que é o amor em sua comissão de frente, coreografada por Edgar Junior. A trajetória do casal, vindos de famílias rivais, veio para mostrar até onde pode ir esse sentimento e ser os arautos do amor verdadeiro. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Wagner e Gabi, veio representando a dança entre o amor e a natureza que, segundo a mitologia grega, anunciou a criação do universo e a concepção da humanidade. Na sequência, a ala das baianas veio vestida de Afrodite, a deusa grega do amor, como símbolo maior desse sentimento.
O carro abre-alas da escola veio contando a criação do mundo segundo a mitologia grega, com o homem sendo feito do barro por Ptolomeu que, comovido com a perfeição da criatura recém feita, teria roubado o poder divino do fogo e a sabedoria dos deuses para dar as os seres humanos. Esse mesmo fogo, sendo o desfile, seria a chama dos nossos corações.
SEGUNDO SETOR
O segundo setor da Torcida que Samba veio com o tema “Insensato Coração”, contando sobre os grandes feitos cometidos por amor. Teve a história de Troia, teve Cleópatra e Marco Antonio, Dom Quixote e sua dama Dulcineia, a construção do Taj Mahal como presente à amada e a figura da borboleta com símbolo da transformação que o amor é capaz de promover. Nesse setor veio a bateria Ritimão, sob o comando do Mestre Ciro Castilho, vestida de Romeu e tendo sua rainha, Sabrina Sato, trajada de Julieta. A segunda alegoria, que fecha o setor, trouxe a história do casal chinês Zhu Yingtai e Liang Shanbo. Yingtai já estava prometida e Shanbo se matou de tristeza. Com a perda do amado, a moça também tirou sua vida. Reza a lenda que quando duas borboletas voam juntas são o casal vivendo, enfim a sua paixão.
TERCEIRO SETOR
O terceiro setor da escola se ocupou em falar do amor coragem, o amor pelo desejo da liberdade. As alas representaram o cacique Tamoio Aymberê, que tanto lutou por seu povo; Zumbi e Dandara, herói líderes de Palmares; Chica da Silva e o Comendador, o amor que foi além da raça e da escravidão; Tiradentes e a luta por liberdade em Minas; os farroupilhas Anita e Giuseppe Garibaldi; e os cangaceiros Lampião e Maria Bonita. O terceiro carro alegórico amarrou esse trecho do enredo trazendo o amor entre Lampião e Maria Bonita, a primeira mulher a se juntar ao cangaço.
QUARTO SETOR
No quarto setor, o enredo já se encaminhou para o amor como elemento de união entre amigos e trouxe grandes histórias da humanidade e da ficção. Passaram os Três Mosqueteiros, a Dança dos Lobos, os amigos do Mágico de Oz, os cães de A Dama e o Vagabundo, a busca pelo filho perdido em Nemo. A quarta alegoria traz o filme Nas Montanhas dos Gorilas, que conta a história de uma antropóloga americana (Dian Fossey) que viveu nas montanhas de Ruanda em defesa dos gorilas, animais sagrados e ancestrais ameaçados de extinção.
QUINTO SETOR
O último setor mostrou o amor das multidões, as massas reunidas pelo mesmo ideal, a multidão nas ruas, o carnaval. Estiveram presentes os bois Garantido e Caprichoso, os blocos afro da Bahia, os bailes dos salões nos antigos carnavais, Pierrot e Colombina e o amor incondicional ao pavilhão dos Gaviões da Fiel. A quinta alegoria ilustrou o amor imensurável dos Gaviões da Fiel pela escola e pelo Corinthians, do alto das arquibancadas. Um amor que entra em campo, conquista gerações, vira o jogo e levanta a taça.