Por Breno Avila
Em mais uma reportagem da série Gente do Samba, chegamos na Zona Leste da capital, morada da Acadêmicos do Tatuapé, que conta com um projeto que mudou o patamar da escola azul e branca – bicampeã em 2017 e 2018. Erivelto Coelho, vice-presidente da agremiação e peça chave para a reconstrução da entidade, é o convidado da semana.
Trajetória no samba
Erivelto é nascido e criado no mundo do samba, tem em seu DNA a paixão por esse universo que esteve presente por toda sua vida. Seu pai, Davi Coelho, é baluarte pela Academia dos Sambistas e foi integrante da Nenê de Vila Matilde por 40 anos. Davi é nome respeitado na Vila Matilde e tem sua história escrita no carnaval.
É considerado por Erivelto como referência para todo o trabalho feito no samba, que deu início como componente de ala em 1988 na Nenê. Ao receber o convite do ex-presidente Roberto Munhoz, começou a frequentar a Tatuapé, colaborando desde então com o crescimento da escola.
Relação com a Tatuapé
Chegou na azul e branco em 1994, como mais um ritmista, e procurava ajudar a escola em seu barracão. Se envolveu com a história da escola e em 26 anos, Erivelto escreveu uma história de gratidão e amor com a Tatuapé: “Só não fui mestre-sala nessa escola, tenho como meta de vida lutar bravamente pelas cores deste pavilhão.”
Em 2010, com a mudança de gestão, escola se reorganizou e voltou Grupo Especial em 2013, fruto de um planejamento que fez com que a Tatuapé fosse notada no cenário do carnaval, meta que foi estipulada pela diretoria no início da gestão.
Trabalho como diretor de carnaval
Com mais de 60 anos de existência, a Tatuapé vive a melhor fase de sua história, isso passa muito pelas mãos de pessoas como Erivelto. O nome forte da escola comentou sobre seu árduo trabalho para que a escola funcione e continue brigando por títulos. “Chego na Fábrica do Samba de manhã e saio de madrugada, minhas idas aos ensaios sempre são focadas em resolver problemas que ainda podem atrapalhar nossa escola. Faço com amor, sou o segundo componente com mais desfiles na Tatuapé, enquanto eu puder, farei essa escola crescer.”
Tudo passa pelo olhar do Vice-Presidente e diretor de carnaval: seleciona e capacita os profissionais presentes no carnaval da escola. Acompanha desenvolvimento no barracão, de fantasias, ensina, aprende e administra tudo que tenha a Acadêmicos do Tatuapé envolvida. O trabalho entrega resultados para a escola, que nos últimos cinco anos esteve quatro vezes no desfile das campeãs e em duas oportunidades foi campeã – conquistando o carnaval pela primeira vez em 2017.
CARNAVAL 2020
Em 2020 a Tatuapé apresentou mais um belíssimo trabalho, refletido na apuração das notas, em boa parte liderada pela escola. Perguntado sobre o carnaval de 2020, Erivelto comenta que o objetivo de estar sempre brigando por títulos foi cumprido, mas que de todo carnaval se tira lições e 2020 não foi diferente.
“O carnaval é um espetáculo que é produzido o ano inteiro, e em 65 minutos você coloca na avenida sem saber que se o que você idealizou vai dar certo. Sempre que acaba, fazemos uma autoanálise e identificamos os problemas. Por isso, erros novos podemos trabalhar, erros velhos nós procuramos extingui-los.”
A Tatuapé mais um ano não perdeu nota em sua pasta de desfile, apresentada aos jurados, o Vice-Presidente afirmou que isso é uma das prioridades da diretoria. “Estudamos e planejamos muito, tudo é discutido e muito bem trabalhado, o que pudermos fazer para que nossos erros sejam minimizados, nós fazemos.” afirmou
CARNAVAL 2021
A Tatuapé segue seu planejamento para o carnaval de 2021, com a análise de desfile já feita pela diretoria, Erivelto afirma que mudanças já foram estudadas e confirmadas para o ano seguinte, isso segundo o mesmo, se dá pela confiança que a equipe de carnaval da Tatuapé tem um no outro.
“Acredito que no próximo carnaval pode ser legal as mudanças propostas, mas estamos sujeitos a problemas, então não podemos arriscar ao extremo. Posicionamento de baianas, montagem, foram erros que conseguimos detectar no nosso desfile. A Tatuapé vem com seu planejamento de sempre, e preparada para entregar outro grande desfile.” disse
Outras matérias da série Gente Bamba
Tiguês – Império de Casa Verde
Helena Figueira – Rosas de Ouro