Por Breno Ávila
A artista plástica, bailarina, palhaça e contorcionista Helena Figueira, é atual coreógrafa da comissão de frente da Rosas de Ouro. A profissional é referência na área e afirma: “Não me engesso pelo regulamento”. Vencedora do Estandarte de Ouro de 2015 pelo Gaviões da Fiel, Helena conversou com a SASP e contou sobre sua vida dentro do carnaval.
Começo na Pioneira e gratidão aos Gaviões

A história de Helena no carnaval se iniciou no ano de 2008, em Santos, na X-9. Com um enredo que homenageou o escritor Plínio Marcos, a artista desenvolveu ali sua primeira comissão de frente. Com a nota máxima alcançada, ajudou a Pioneira a chegar ao título do carnaval santista e ali despertou o amor pelo samba e os olhares dos diretores dos Gaviões da Fiel.
Estreando em São Paulo no ano de 2009, a coreógrafa esteve à frente da comissão de frente corinthiana até o ano de 2015, coroado com o Estandarte de Ouro. Voltou em 2017 e acreditou que sua história estava feita. “Sou muito grata ao Gaviões, mas senti que minha missão estava completa dentro do carnaval.”
Helena fala que sempre prezou uma comissão de frente leve, por conta do trabalho que demanda a produção. Acompanhamento de figurino, alegorias, físico e psicológico de seu time, pois acredita que o trabalho depende de um grande esforço, que se inicia pra ela no mês de junho, e só termina quando o ultimo componente da comissão cruza a faixa amarela. Por isso, preferiu seguir outros trabalhos, fora da passarela do samba.
A chegada à Azul e Rosa

Em 2019, assumiu o comando da comissão de frente da Azul e Rosa após convite, e mesmo acreditando que não voltaria a trabalhar tão cedo dentro de uma escola de samba, Helena afirma que o convite era irrecusável, por um sentimento que há anos se fez dentro dela: “Sempre admirei a Rosas de Ouro, dizia para pessoas próximas que adoraria trabalhar lá um dia, é uma escola de chão, com uma comunidade maravilhosa e quando chegou o convite, vi que seria a deixa certa para a minha volta.”
Em oito anos de Gaviões da Fiel, Helena contava com um elenco profissional a sua disposição. No Rosas, a coreógrafa encara um novo desafio, que eleva o tamanho de sua responsabilidade: Optou em trabalhar com pessoas da comunidade para formar sua comissão. “Com um elenco profissional, você pede e eles executam, aqui na Rosas trabalhamos o gesto técnico, o psicológico e começamos nossos ensaios sempre no mês de junho. Mas trago um pouco mais do coração da escola pra dentro do elenco, e vem dando certo, tem que dar.”
Profissional do circo, Helena comenta que o circo é seu principal recurso, mas usa de todas as suas referências para entregar o que o enredo e a escola lhe pede. Tem a formação em dança, no teatro, e sua formação acadêmica é a arte plástica, com isso, Helena diz que “trabalha de forma arriscada, mas que ajuda o elenco que tem no Rosas a entender melhor sua visão sobre o que entregar”.
Referente ao balizamento da comissão, que em sua opinião é simples: “Escolho por fazer o diferente, ao entregar uma comissão alegre e solta, que não faça apenas a parte engessada que o regulamento solicita” finaliza.
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