Fechando a noite de desfiles do grupo de acesso do carnaval paulistano, a Imperador do Ipiranga trouxe o enredo: “Solidariedade. A explícita magia de sonhar, amar e viver em prol do bem”.
A largada da agremiação foi bastante vibrante. Os componentes participaram ativamente das primeiras passagens do samba-enredo de 2018, porém o canto da escola comprometeu bastante no decorrer do desfile. No quesito de evolução, a agremiação optou por um andamento um pouco mais lento, mas alguns erros de espaçamentos e buracos, como na entrada da bateria no recuo, foram notados.
No módulo visual, a Imperador do Ipiranga apresentou defeitos em acabamentos. O abre-alas entrou na avenida com uma das esculturas sem o braço e a outra com a mão muito danificada. Gerador de energia e ferro aparecendo foram enxergados na segunda alegoria. Algumas alas apresentaram defeitos de costura, que ao longo do desfile se desmanchavam no componente. Outras faltavam adereços, exemplo de uma ala no segundo setor que apenas continha o traje branco e costeiro. Ainda no primeiro setor, logo atrás do abre-alas, a ala das baianas entrou na avenida com ausência de adereços na fantasia.
O público que se manteve presente no sambódromo pôde aproveitar de uma ótima qualidade musical. A estréia da dupla, Rodrigo Atração e Juninho Berin, surpreendeu positivamente. Ambos souberam separar a interpretação musical em partes iguais. Arranjo de corda, criado pelo diretor musical Tiago Tores, valorizou a melodia da obra e casou com o apagão da primeira estrofe e com as bossas realizadas pela Batucada Imperador. O mestre Victor Velloso se mostrou bastante seguro ao reproduzir a arriscada, e complexa, bossa da primeira estrofe.
PRIMEIRO SETOR
A comissão de frente, coreografada pela Aysla Martins, representou o convívio do homem na pré-história, descobrindo novos desafios e desenvolvendo sentimentos de solidariedade desde os primórdios. Porém, a coreografia não transmitiu a mensagem de um forma clara. Dois bailarinos estavam acompanhando a ala e não foi possível entender a funcionalidade deles na proposta. Logo atrás o casal de mestre sala e porta-bandeira, Júnior e Suellen, se destacou pela combinação de cores da fantasia. A dupla representou o amor e a solidariedade ainda na pré-história, trazendo a mensagem de que a preocupação com o outro existe desde o início da nossa civilização. O abre-alas encenou uma grande caverna, local onde se trocavam vivências e a arte, através da arte rupestre.
SEGUNDO SETOR
Na outra parte de contexto do enredo, a Imperador explica qual a origem da solidariedade. A ala das baianas abriu segundo setor representando a fé e os diversos relatos de solidariedade presentes na bíblia. Jesus de Nazaré é bastante contextualizado na sinopse e dentro do desfile. Seus relatos de relação com o próximo mostra que ele foi o homem mais solidário do mundo, e sua vida foi brevemente representada na ala ala coreografada. Na mesma parte do enredo, a segunda alegoria mostrou que o tema cantado pela agremiação do Heliópolis pode vencer preconceitos.
TERCEIRO SETOR
No terceiro setor, a entidade abordou a solidariedade na terceira idade e enalteceu diversos personagens importantes para a história da humanidade, como: Oscar Schindler, Émile Durken, Gandhi, Nelson Mandela e Madre Tereza. Cada uma teve a sua ala, algumas coreografadas, e seguindo fielmente a história de todos os citados.
QUARTO SETOR
Relatos recentes de solidariedade abriram o último setor da Imperador do Ipiranga e, buscaram através dos exemplos, que o Brasil é um país solidário. Movimentos sociais ganharam destaques, como o grupo que recebe doações de vestimentas para o inverno e distribui para os mais necessitados em época de frio: Corações aquecidos, e o grupo que trabalha diretamente dentro de hospitais, visitando crianças e levando um clima animado: Doutores da alegria.