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Leia a sinopse da Acadêmicos de São Jorge para 2018

No carnaval de 2018, a Acadêmicos de São Jorge levará ao Butantã o enredo Ifé… Terra sagrada dos deuses. Berço da civilização Yorubá, que será desenvolvido pelo carnavalesco Robson Silva. A escola promete levar ao seu desfile a histórica cidade da Nigéria chamada de Ifé, que era considerada um lugar sagrado para os Yorubas.

Leia a sinopse escrita por Robson Silva em primeira mão.

Introdução

Situada no Sudoeste da Nigéria, no estado de oxum, Ifé é uma cidade símbolo da fé africana. Rituais, das danças, e a simbologia sagrada na cidade negra de ifé. Que nos brindam com a energia dos tambores, pois foram em Ifé os templos sagrados de onde surgiram nossos terreiros. Herança essa que nunca o tempo irá apagar.

Nasce de lá a palavra orixá: força dos deuses confinadas a natureza…se desbravou nas mãos de guerreiros negros e sofridas mulheres a arte que encantou o mundo. E hoje a mitológica ifé deslumbra a energia dos tambores de Vila Sabrina.

Pois o tempo passou e a fé ficou! … os orixás chegam em nosso solo, e sobre a luz do sincretismo o nosso padroeiro, guerreiro, que leva o nome da nossa agremiação, iluminada a nossa Acadêmicos de São Jorge, traz a história dessa terra sagrada, resistência e templo feliz da raça negra, da Nigéria para o mundo.

Mito Yorubá: Obatalá é enviado por Olorum…. Pela   imensidão das sagradas águas…finda o planeta.

Orum (o céu se abre), ilumina a imensidão, o universo se sagra por meio das águas, a criação do terceiro dia, segundo a tradição nagô.  Por meio das águas bravias, Obatalá abre caminho a seu irmão Odudwá que firma a terra na água formando uma terra fértil. Surge ifé… A terra sagrada mãe de todas as outras. Entre tantas lendas e historias é possível se firmar que as sagrações dos deuses africanos surgem desse chão.  Pois Obatalá não havia pedido permissão á deus esú das profundidades escuras, que de certa forma impediu a sua criação. Pois junto á oduduwá, desce dos céus as forças divinas de Olorum, ou seja, Olodumaré, filho de zambi…deus supremo maior da nação Yorubá. Assim a humanidade se faz a profecia de vida, erguem se impérios naturais animais são colocados nas matas de iraó, a fauna e flora criada pelas divindades que descem do céu, tendo o princípio: a cidade de ifé

E os deuses africanos…criam o universo.

Na imensidão de omí (água) se faz presente a feminidade das yabás…. Surge feito choro divino, as águas de Iemanjá. Nas verdes matas de Oxóssi, a agua doce tem o encanto maternal do ouro e da vaidade de Oxum, os ventos que sopram os tempos ganha a força das tempestades são da deusa Yansã…as revoltas das águas bravias são de obá.a água se junta ao lodo, limbosa representatividade dos finais dos nossos dias, são de nanã. Ogum se faz presente no combate o senhor Deus da guerra, e xangô poderoso deus de oyó tem consigo os ibás da justiça. Euá o equilíbrio e adivinhação. Omulu senhor supremo da morte, e Obaluaiê reina nos limites da saúde. Os deuses africanos foram ordenados pelo supremo para criar seus reinos fora de ifé, após a maravilha natural criada, os orixás subiram aos céus com missão cumprida deixando os ensinamentos e a mística energia a todo filho do chão africano.

Que passa a ter a pele escura contendo a semelhança dos divinos deuses: moldado de barro surge a espécie humana. Oduduwá se torna o primeiro rei de ifé.

O tempo passou…mais a fé ficou. Respeitada entre as nações surge o império Yorubano da fé. 

Em todos os países da África, há devotos dos orixás e credores da mística cidade de ifé. Na idade média, era a capital religiosa templo sagrado da antiga república de Daomé, rituais onde eram levadas as cinzas dos principais reis da África…para a sagração infinita. Situada no sudoeste africano a partir do século XII, ifé se tornou a capital da região.  Com seus templos sagrados pela cidade inteira, a dinastia e divindade faz ifé ser vista como principal fonte de escultores e artistas, extraído de seu chão a terra cota argila, que originaram a arte de carrancas mascaras tootens africanos em premiações diversas no mundo da arte. A tão lendária casa real de ifé, originou prêmios acadêmicos no mundo ocidental de esculturas findadas de bronze, barro e pedra. Os negros Yalaos, naquimbas, ganzimbas, edemôs, homenagearam Obalufun II, terceiro rei de ifé e tiveram suas artes expostas e premiadas em Madri, desafiando a estética de muitos escultores do bélico mundo acadêmico.

A imagem e a semelhança dos deuses… O preconceito a raça negra, não barra a arte que conquistou o mundo

Com o passar do tempo em meados da história, como do nosso saber nossa raça é escravizada. Em meio a opressão ifé cidade santa lutou para manter acesa a chama de seus rituais e danças primitivas. “lajuwa” a arte que conquistou os continentes com esculturas bélicas de barro. Esculturas são cobertas de ouro real e muito bronze foram sempre extraídas e levadas a diversos palácios da Europa.

A sagração de ifé nos dias de hoje…Os nossos terreiros: herança da sagrada Nigéria.

Lutando contra a ignorância … A raça negra vem por meio dessa cidade templo da fé mostrar a importância da fé de um povo que foi acorrentado, escravizado, más algo que sempre deu força…para melhores dias a “nossa fé”.

Surge a palavra orixá: surgem nossos terreiros. O candomblé passa a ser respeitado em muitas nações do novo mundo pois antes era visto como ritual primitivo e de má índole pela ignorância humana, passa a ser estudado por intelectuais, mídias, documentários, e respeitado ecumenicamente por muitos, mesmo com a sombra do preconceito de outros. Orixá, é visto compreendido   força da natureza em nossas cabeças”.  Ideologia que perpetuou e se faz presente em solo brasileiro, nasceram nossos terreiros com suas crenças suas lendas suas danças, cantigas, costumes, e rituais de fé.

É preciso resgatar a beleza e sagração desse divino reino ioruba que sobre a luz de Olorum, a Acadêmicos de São Jorge se torna “ilê ifé o templo sagrado dos deuses” em plena avenida.  A vida nunca será um cativeiro á cada vez que nos orgulharmos do nosso povo negro. Hoje no Sudoeste da Nigéria a perola sagrada da nossa raça é esquecida pelos avanços do progresso. Más há de se louvar que a Kizomba da felicidade vem em seus filhos afro brasileiros iluminados pelo sol do samba …com muita fé viemos exaltar:  firma ponto e pede benção…” Feliz daquele que ama seu orixá”. Axé!

Botequim da SASP