Terceira agremiação a desfilar no sambódromo do Anhembi, a Mocidade Alegre contou a história da cantora Alcione, com o enredo: “A voz marrom que não deixa o samba morrer”. A homenageada emocionou os milhares de foliões com o alusivo na largada. Trecho da canção “Não deixe o samba morrer” foi cantado e motivou a agremiação para o desfile.
O primeiro setor da Mocidade Alegre foi um forte destaque. A comissão de frente evoluiu com um perfeito sincronismo e levantou a arquibancada durante grande parte de sua coreografia. O primeiro casal, Emerson e Karina, se apresentou com um belo e volumoso figurino. A porta-bandeira comentou sobre sua passagem: “Passamos felizes na avenida. Acredito que fizemos tudo que a gente ensaiou, e assim, nunca vi a plateia tão animada, comunidade feliz com o enredo. Foi super positivo, vamos esperar o resultado”.
A escola apresentou um ótimo acabamento no conjunto visual, tanto de alegorias quanto de fantasias. Porém, o andar da agremiação teve pontos a serem observados. Inconstância no andar, alternando do rápido para o devagar, pode comprometer o quesito evolução da entidade. Uma pequena falha veio abre-alas, que apresentou alguns refletores apagados, podendo sofrer também uma nova penalização pelos jurados.
Em conversa exclusiva com à equipe da SASP, a presidente Solange Bichara fez a sua análise: “Graças a Deus correu tudo bem, a escola passou maravilhosamente bem na minha frente. To muito feliz, agora é com os jurados né, vamos esperar”.
PRIMEIRO SETOR
Coreografada por Jean Alex, a comissão de frente da Mocidade Alegre abriu o desfile com o clamor de Tia Ciata para que o samba, enquanto gênero musical e manifestação do povo, seja eterno. Logo na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação, Emerson e Karina Zamparolli, bailou representando o encontro do samba e da flor, respectivamente. Isso porque, na proposta do desenvolvimento do enredo, o samba é filho de Tia Ciata e nesse clamor encontra a mais bela flor, a cantora Alcione.
Complementou o setor um elemento cenográfico, representando o compromisso firmado entre o samba e Alcione. Por fim, após a representação da voz do morro por um grupo cênico, o abre-alas da Morada do Samba veio representando o morro, que consagrou a voz de Alcione. A alegoria contou com elementos bem característicos das comunidades cariocas, em uma estrutura bem interessante. Destaque ainda para a Velha Guarda da Mocidade Alegre, que esteve presente na alegoria, retratando os bambas do morro.
SEGUNDO SETOR
Os ritmos e manifestações que impulsionaram e serviram de inspiração para Alcione estiveram presentes na segunda parte do desfile da Morada. Jongo, Samba de Roda, Samba-Canção e Samba de Gafieira foram lembrados em alas, assim como a música “Rio Antigo”, imortalizada pela bela interpretação da Marrom. Neste setor, também se fez presente a Bateria Ritmo Puro, de Mestre Sombra. Os ritmistas representaram o Partido Alto, característico do Rio.
Finalizando o setor, a segunda alegoria representou a presença de Alcione na televisão. Em 1979, a Marrom apresentou na TV Globo o programa “Alerta Geral”, que valorizava a cultura afro brasileira e o samba, de modo geral. Destaque para a retratação fiel das máscaras africanas, que compunham o cenário do programa, na alegoria.
TERCEIRO SETOR
A ligação de Alcione com sua terra natal foi retratada na terceira parte do desfile da Mocidade Alegre. A culinária maranhense, o Tambor de Crioula, o Cazumbá, a festa do Bumba Meu Boi e a lenda de Manguda foram representadas nas alas da escola. Nesse setor, a Ala das Baianas encantou o público ao representar As Damas da Encantaria, com suas fitas coloridas. Finalizando o setor, a terceira alegoria representou as festas de junho comemoradas no Maranhão. De acordo com o enredo, essas comemorações juninas ficaram marcadas na memória de Alcione e puderam ser vistas no carro 3 da agremiação – como a magia do Bumba-Meu-Boi, as quadrilhas de São João e os dançarinos de Cacuriá.
QUARTO SETOR
As canções que fizeram de Alcione uma das mais conhecidas, renomadas e respeitadas cantoras românticas do país foram lembradas na penúltima parte do desfile da Mocidade Alegre. Sucessos, como “Meu Ébano”, “Chora Coração”, “Garoto Maroto” e “A Loba” foram algumas das canções representadas em alas da escola. Predominantemente vermelho e cercado de corações por toda a estrutura, a quarta alegoria da escola representou os “Delírios de Amor”, fechando o setor destinado ao romantismo das canções interpretadas por Alcione.
QUINTO SETOR
No último trecho do desfile da Morada, a ligação de Alcione com o carnaval e com a Estação Primeira de Mangueira, foram representadas. Uma das fundadoras da Mangueira do Amanhã e torcedora declarada escola, Alcione teve sua paixão pela Verde e Rosa representada no fim do desfile da Morada. No último carro, destaque para a alegoria toda trabalhada nas cores da Mangueira, encerrando o desfile da Morada em verde e rosa.