Um dia extremamente triste para o mundo do samba, já que perdemos na manhã desta sexta, dia 18, no Rio de Janeiro, o sambista Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, que morreu aos 78 anos, vítima de complicações causadas pela covid-19. Ele estava internado na UTI do Hospital Israelita Albert Sabin.
Diretor de carnaval, diretor musical, conhecedor profundo de todas as funções de uma escola de samba, Laíla foi protagonista em pelo menos duas revoluções no carnaval Brasileiro. Com Joãosinho Trinta, na culminância da Revolução Salgueirense (1974 e 1975) e na arrancada assombrosa da Revolução do Luxo e do Esplendor iniciada pela Beija-Flor em 1976, 1977 e 1978, e ainda não findada.
Além do detalhismo artístico e do empenho cobrado de cada componente na construção da nossa Ópera de Rua, o griô Laíla marcou suas décadas de trabalho pela forte reverência à espiritualidade africana, peculiar a quem sabe que essa arte – que vivemos e fazemos entre um carnaval e outro – tem alma, ancestralidade e respira.
Laíla estava no carnaval há mais de 50 anos. Teve passagens pela Beija-Flor, Salgueiro, Vila Isabel, União da Ilha e Unidos da Tijuca. Em São Paulo, atou na Unidos do Peruche e recentemente, na Águia de Ouro, no carnaval 2019.