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Na estreia de Sidnei França, Gaviões mostra conjunto visual de alto nível e pode sonhar

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Há alguns anos o torcedor corinthiano não via o Gaviões da Fiel tão bonito na Avenida como no desfile do carnaval de 2018. Sidnei França deu seu toque de carnavalesco campeão por alguns anos do carnaval em seu ano de estreia na Torcida Que Samba e os Gaviões fizeram bonito no Sambódromo do Anhembi. O quesito Fantasia foi o destaque de um desfile com poucas observações extras com relação a possíveis perdas de décimos na soma final.

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ANÁLISE BOTEQUIM DA SASP

Duas alegorias da escola apresentaram alguma imprecisão na iluminação, mas de modo geral o conjunto alegórico foi bem satisfatório – em especial o abre-alas da agremiação. A palheta de cores utilizada pelo carnavalesco e a riqueza no detalhamento de fantasias também foi outro ponto positivo.

No módulo musical, destaque positivo para o belo ritmo imposto pela Bateria Ritimão, comandada pelo estreante Mestre Ciro. Ernesto Teixeira mostrou o porque é um dos melhores intérpretes da história do carnaval paulistano em mais uma excelente apresentação.

Único ponto notável de erro da escola ocorreu em frente ao Setor H. A comissão de frente e o casal se adiantaram para aproximar-se da torre de jurados, deixando um espaço considerável até o tripé que levava o nome da tribo Guaru. No mais, harmonia e evolução não apresentaram maiores problemas.

PRIMEIRO SETOR

A lenda de Tumé Arandu e a Grande Profecia Tupi, norte desse enredo do Gaviões da Fiel, foram representadas de maneira sintetizada logo na abertura do desfile da Fiel Torcida. Coreografada por Edgar Junior, a comissão de frente contou com elementos cenográficos para representar a lenda e foram sucedidos pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Wagner e Drika – que representavam o ritual de purificação com base na ira de Tupã.

Finalizando o setor, os dizimados pela ira de Tupã e o abre-alas da agremiação. Predominantemente vermelha, a alegoria representava justamente o apocalipse indígena, seguindo o que a lenda conta como reflexo da ira do Deus Maior.

SEGUNDO SETOR

A segunda parte do desfile corinthiano abiu espaço para o ressurgimento após o período apocalítico e a exaltação aos mensageiros de Rudá. Toda o processo de transformação da região onde hoje é Guarulhos, de acordo com o explorado pela lenda foi retratado. Destaque para a segunda alegoria da agremiação, que sintetizou o trecho representando o ressurgimento de vida na localidade, que foi a impulsão para um novo lugar.

TERCEIRO SETOR

Avançando no período histórico, o terceiro setor do desfile dos Gaviões chegou ao ciclo do ouro e a ambição do homem branco. A região de Guarulhos foi área de exploração de extração de ouro e o setor remeteu a esse período e a consequente chegada dos negros à região, escravizados pelos brancos, para ser a força de trabalho na extração de ouro.

QUARTO SETOR

Avanço ainda maior no tempo e o crescimento de Guarulhos já como cidade e bem desenvolvida. A chegada da energia elétrica, a indústria, o automóvel e o desenvolvimento do que hoje é a segunda maior cidade do estado de São Paulo foram retratados no penúltimo setor do desfile da Torcida Que Samba.

QUINTO SETOR

O passado mais recente, o presente e a projeção de futuro para Guarulhos encerraram o desfile dos Gaviões da Fiel no Anhembi. A alegria dos Mamonas Assassinas, a indústria do aço, o aeroporto internacional e a projeção de um futuro melhor para o município foram retratados. Encerrando o carnaval dos Gaviões, a mensagem do último carro alegórico é de que justamente a profecia se cumpriu e após a ira de Tupã e a reconstrução da região, Guarulhos enfim é um local próspero e uma terra abençoada.

Botequim da SASP