Home > Escolas de Samba > Camisa Verde e Branco > Nego: a voz da experiência e o seu retorno ao carnaval paulista

Nego: a voz da experiência e o seu retorno ao carnaval paulista

Spread the love

Entre tantos carnavais, uma das maiores e mais experientes vozes do carnaval do Brasil conversou com exclusividade com a SASP sobre a sua carreira e a volta para o carnaval paulistano. Com o currículo recheado, Nego, como é conhecido Edson Feliciano Marcondes, iniciou sua carreira como cantor de sambas-enredo em 1976, na Beija-Flor de Nilópolis, quando foi convidado pelo irmão, Neguinho da Beija-Flor, a ser seu apoio na Avenida. Após 10 carnavais, teve sua primeira oportunidade como intérprete oficial na Unidos da Tijuca. A partir daí sua carreira decolou, com passagens pelo Arranco do Engenho de Dentro, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Villa Rica, Acadêmicos do Salgueiro, Império Serrano, Unidos do Viradouro, Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente de Padre Miguel, entre outras. Em São Paulo, no ano de 2012, defendeu a Unidos de Vila Maria.

O cantor retorna ao carnaval paulista em 2018, pelo Camisa Verde e Branco, e também tem presença confirmada como voz oficial do Acadêmicos do Sossego, da Série A do Rio de Janeiro. Questionado sobre essa ‘’dobradinha’’ entre o São Paulo e Rio de Janeiro, Nego explica quais foram os desdobramentos para tal decisão:

“Ano passado eu fui para fora do país, este ano estou voltando de novo ao Rio de Janeiro na Acadêmicos do Sossego, que inclusive o presidente é meu sobrinho. Eu tive propostas para ir ao Grupo Especial, mas nada mais justo que eu dar uma força a pessoas da família. E no Camisa Verde e Branco vim por conta dessa amizade, de mais de 20 anos que tenho com a Magali que é a nossa atual diretora de carnaval”, comentou Nego.

Tradicional agremiação do carnaval paulista, o Camisa Verde Branco compõe o Grupo de Acesso desde 2013. A escola luta para reconquistar o seu lugar no Grupo Especial e o cantor foi questionado sobre a responsabilidade de cantar no tradicional Trevo da Barra funda, uma agremiação de tamanha tradição no carnaval paulistano e que enfrenta esta necessidade de retornar à elite.

 

                                Nego e seu irmão Negrinho da Beija-Flor (Foto: Irapuã Jeferson)

“O carnaval é nada mais, nada menos que um grande teatro. O samba é bonito, caiu na graça da comunidade. Mas a escola de samba é um todo, composta por todos os setores, por isso é necessário ensaiar. O Camisa já está ensaiando para ter este conjunto maravilhoso e apresentar na Avenida. É através dos ensaios que vamos levar o Camisa ao Grupo Especial, um lugar de onde ele nunca deveria ter saído”, avalia o intérprete.

Além das experiências enriquecedoras que Nego possui no carnaval, com cinco prêmios Estandartes de Ouro, Nego também é conhecido pelos sambas históricos que emplacou na Avenida – como os da Beija-Flor em 1981, 83 e 84; Unidos da Tijuca em 1988, 89, 90 e 91; Grande Rio em 1993 e 99; e no Salgueiro em 1991. No carnaval paulistano, ele é um dos autores do samba-enredo que a X-9 Paulistana levou para o Anhembi em 1996, do enredo “Paz e Amor… Bicho!”.

Como cantor, ele desfilará em 2018 com o Camisa, que será a quinta agremiação a desfilar no domingo de carnaval, no Sambódromo do Anhembi, com o enredo 100% Camisa Verde e Branco carnavalizando Mário de Andrade, o berço do samba, o poeta e o herói na Paulicéia Desvairada.

 

Por Amanda Cristina

Botequim da SASP