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Nenê, Peruche e Imperador se destacam no Acesso 2. Uirapuru surpreende, Camisa 12 e Dom Bosco estouram o tempo

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Por Antonio Júnior
Fotos: Igor Cantanhede/SASP

O Carnaval da Vida começou e, dessa vez, com o Grupo de Acesso 2 abrindo os trabalhos no Sambódromo do Anhembi. Na noite do último sábado (16) e madrugada de domingo (17), as 12 escolas que compõem o grupo desfilaram para um bom público presente na fria noite da capital paulista.

E, como era previsto, a trinca de escolas mais tradicionais que participam do grupo se destacaram. Nenê de Vila Matilde, Unidos do Peruche e Imperador do Ipiranga fizeram bons desfiles e se credenciaram a disputar uma vaga para retornar ao Acesso 1 em 2023.

As três escolas desfilaram em sequência, que foi aberta pela Azul e Branco da Zona Leste. Reeditando enredo e samba de 1997 (Narciso Negro), a Nenê mostrou o porque é uma das maiores e mais tradicionais escolas de samba da cidade. Com a força de seu povo e entregando o que se pedia nos quesitos técnicos, a agremiação fez um desfile digno de título, com destaque para o bom nível de fantasias apresentado e para a imponência do abre-alas da agremiação. O samba, um dos mais conhecidos da história do carnaval paulistano, embalou a boa apresentação e levantou o público presente.

Samba e módulo visual também foram os destaques do Peruche. A Filial do Samba fez um belo desfile, com destaque para o bom conjunto de alegorias e fantasias assinado pelo carnavalesco Mauro Xuxa. A ala musical, comandada por Alex Soares e a bateria Rolo Compressor, de mestre Acerola de Angola, também se destacaram, colaborando para um rendimento do samba acima da média. A escola, uma das que melhor cantou e evoluiu ao longo dos 530m da pista do Sambódromo do Anhembi, certamente confirmou o que se esperava e deve se credenciar ao título do grupo e o retorno ao Acesso 1.

Quem viu, em especial o conjunto alegórico e de fantasias da Imperador, provavelmente se encantou e deve ter achado que passava por ali uma escola do Especial. A agremiação da Vila Carioca apresentou quesitos visuais muito bonitos e se destacou neste sentido em comparação às coirmãs do grupo. O samba funcionou muito bem, embalados pela boa apresentação da ala musical comandada por Rodrigo Atração. O único lamento fica por um problema na comissão de frente, com dois costeiros, que pode acarretar em uma perda de décimos importantes para a escola.

Camisa 12 e Dom Bosco fazem belos desfiles, mas estouram o tempo

Dois belos desfiles, visualmente talvez os melhores das respectivas histórias das escolas, mas que infelizmente esbarraram no estouro do tempo limite de desfile. Assim podem ser definidas as passagens de Camisa 12 e Dom Bosco de Itaquera pelo Anhembi. A escola alvinegra apresentou um belo trabalho nos quesitos visuais. O trabalho, desenvolvido pelo carnavalesco Delmo de Moraes, merece ser destacado. Porém, a apresentação do Camisa 12 foi impactada pelo estouro de um minuto do tempo limite (50 minutos) determinado pelo regulamento oficial do carnaval. A escola da torcida do Corinthians fechou o desfile com 51 minutos.

Situação semelhante ocorreu no desfile da Dom Bosco. Com uma bela apresentação visual, em trabalho desenvolvido pelo carnavalesco Danilo Dantas (tanto em alegorias, como em fantasias), a escola acabou adotando um andamento um pouco mais lento em seu desfile, o que comprometeu a reta final da apresentação. A escola precisou apertar o passo nos últimos metros da avenida, comprometendo o quesito evolução e estourando o tempo em 2 minutos. O regulamento indica que estouro de tempo máximo acarreta na perda de 0,3 pontos + 0,1 por minuto excedido. Com isso, o Camisa 12 deve perder 0,4 e a Dom Bosco 0,5 na classificação final.

Uirapuru é a grata surpresa da noite

Contando com o renomado Vaguinho estreando em seu carro de som, a Uirapuru da Mooca pode ser colocada como a grata surpresa positiva do Acesso 2. Apresentando seu desfile sobre os encantos da noite, a Azul e Amarelo apresentou bom desempenho nos quesitos visuais e musicais. Destaque para o bom trabalho da direção de harmonia da agremiação, que cantou e evoluiu bem ao longo dos 530 metros do Anhembi. Ainda que a concorrência seja grande, é possível que a escola da Mooca possa sonhar com o retorno ao Grupo de Acesso 1, onde passou pela última vez em 2011.

Veja como foram outros desfiles

Brinco da Marquesa, Primeira da Cidade Líder, Unidos de Santa Bárbara, Torcida Jovem, Amizade Zona Leste e Tradição Albertinense também desfilaram na noite do último sábado e madrugada de domingo no Anhembi. As escolas contribuíram para a clara elevação de qualidade nos desfiles nos três módulos compreendidos pelo manual do julgador (musical, visual e dança).

No Brinco da Marquesa, destaque para a responsabilidade de abrir a noite de carnaval atendendo bem às necessidades impostas pela competição. Na Primeira da Cidade Líder, o destaque vai para a leveza dos elementos do módulo visual e para o bom casamento entre a bateria da escola e a dupla de intérpretes, formada por André Ricardo e Luizinho.

O samba e a boa apresentação da intérprete Elci Souza foram os destaques da apresentação da Unidos de Santa Bárbara. Na Torcida Jovem, o módulo musical e o bom trabalho de barracão realizado pela escola da torcida santista na bonita homenagem à Bela Vista, foram os destaques.

Já na reta final da noite, a Amizade Zona Leste realizou um bom desfile, contando de forma compacta a história de Dandara. Por fim, a Tradição Albertinense comemorou os 30 anos do Sambódromo do Anhembi e levou algumas personalidades do samba paulistano para o desfile – como os intérpretes Ernesto Teixeira (Gaviões da Fiel), Juninho Branco (Morro da Casa Verde) e Douglinhas Aguiar e Darlan Alves (ambos do Águia de Ouro), além dos presidentes Eduardo Santos (Acadêmicos do Tatuapé), Solange Cruz (Mocidade Alegre) e Angelina Basílio (Rosas de Ouro).

Botequim da SASP