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Poetas do Anhembi: Luiz Ramos, do Tatuapé, e a chance de poder embalar o tricampeonato do Tatuapé

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Por Vinicius Vasconcelos

É de Arerê, Ilê Ijexá”, “Iluayê oh Iluayê” e “Bade iá babá…Okan Araloko“. Esses trechos de samba têm muita coisa em comum. Além de pertencer a atual bicampeã do carnaval, Acadêmicos do Tatuapé, todos foram elaborados propositalmente pelo mesmo trio: Fabiano Tennor, Mike Cândido e Luiz Fernando Ramos. No segundo episódio da série Poetas do Anhembi, chegou a vez de conhecermos como foi o processo de elaboração do samba para o enredo Bravos Guerreiros: Por Deus, pela honra, pela justiça e pelos que precisam de nós, do carnavalesco Wagner Santos, que conduzirá o Tatuapé na busca pelo tri.

Luiz Fernando Ramos, um dos compositores da parceria tricampeã, conversou com a equipe da SASP e explicou como foi a criação desde a entrega da sinopse até a inserção das “palavras-chave” que caracterizam os sambas dos três.

“Nem sempre que o texto da sinopse chega ele é inspirador. Tem umas que são bem ruins. Mas não foi o caso do Tatuapé nesse ano. Claro que se for seguir à risca algumas ideias e você não tiver uma concepção de samba fica difícil. O texto é mais pra seguir uma ordem cronológica das coisas, de como será contado na Avenida. Levamos vários dias pra fazer, porque mais uma vez tentamos encaixar palavras que sejam chamativas no nosso samba. Assim como foi em 2017, 2018 e agora em 2019. Nós gostamos de fazer isso pois é a nossa marca, o nosso diferencial”, destacou o compositor. 

Mike, Luizinho e Fabiano Tennor

Luiz também ressalta que a tecnologia e os aplicativos de conversa instantânea auxiliam durante o processo de criação da obra. “Tem dia que a parceria consegue desenvolver mais e tem dias que não podemos nos encontrar todos no mesmo lugar. Aí usamos o WhatsApp que facilita bastante. Nem sempre é rápido, porque fazemos com muito cuidado, tanto que quando temos oportunidade de perguntar para o pessoal da escola se estamos no caminho certo não tem vaidade”, ressaltou.

Sobre o peso de levantar toda uma comunidade que canta o samba da parceria há dois anos, o compositor afirma que a responsabilidade a cada carnaval que passa vai aumentando.

“Nós traçamos uma concepção onde o propósito era tratar a escola como o grande guerreiro e fomos felizes nisso. O pessoal da escola gostou e se emocionou, assim como nós. Claro que a responsabilidade vai sendo maior ano após ano. Alguns componentes da escola brincaram com a gente, dizendo que estava nas mãos da nossa parceria fazer mais um “sambão”.Em 2018, o presidente Eduardo Santos chegou para a parceria e pediu um samba ainda melhor. Isso significa que todos criam grande expectativa quando se trata da nossa parceria. Pegamos isso como um impulsionamento para dedicação ser maior sem deixar afetar negativamente na criação”, declarou o compositor.

Apesar de todo compositor se apegar ao samba por completo, sempre existe o trecho em que o criador mais admira. E com Luiz Ramos não é diferente.

“A parte que o samba diz “Sou brasileiro, vou defender minha nação. Oh pátria amada idolatrada não chores em vão” é a nossa grande aposta. Fizemos com a intenção de mexer com o Anhembi, independente do pavilhão que a pessoa torça. É onde vai ter o “apagão” da bateria pro povo cantar. Envolve o sentimento de ser brasileiro e defender seu país. Somos sambistas, sim senhor”, finalizou.

O Acadêmicos do Tatuapé será a quinta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval, buscando o terceiro título de sua história na elite do carnaval. Assista abaixo o clipe oficial com o samba da escola:

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