Por Antonio Júnior
A SASP inicia hoje e leva ao amigo internauta durante toda a semana uma série de reportagens sobre o manual do julgador do carnaval 2020. Em Quesito a Quesito 2020 vamos explicar como os julgadores foram orientados a analisar cada um dos nove quesitos dos desfiles das escolas de samba de São Paulo. Lembrando que o manual é aplicado na avaliação dos desfiles dos grupos Especial, Acesso 1 e Acesso 2.
Na primeira das nove matérias da série vamos explicar como será o julgamento do quesito que mais sofreu modificações em relação ao ano passado: Bateria.
Como o quesito é formado?
Responsável por sustentar o ritmo e o andamento de um desfile, a bateria é formada por dois grupos de instrumentos: básicos e complementares. Entre os básicos, estão todos aqueles indispensáveis para a formação de uma bateria de escola de samba. São eles: surdos, caixas, repiques, tamborins e chocalhos. Todos os outros instrumentos que compõem uma bateria são considerados complementares.
Quais são os pontos de avaliação?
Seis pontos de avaliação serão considerados no quesito bateria, sendo cinco deles já presentes em outros anos: afinação, entrosamento, equilíbrio instrumental, precisão rítmica e sustentação.
O ponto de avaliação que será novidade para o julgamento de 2020 é a avaliação de performance, que carrega consigo uma diferença na maneira como o quesito será avaliado em comparação com outros quesitos do julgamento. Com a inclusão do ponto de avaliação de performance, as notas do quesito Bateria irão partir de 9.8 e as baterias só alcançarão 9.9 ou 10 se conseguirem atingir o que o ponto de performance pede.
Como os pontos de avaliação são analisados?
Afinação: cada agremiação tem a liberdade para decidir como afina seus instrumentos e neste ponto de avaliação será abalizada se a afinação casa com harmonia do naipe do instrumento e entre todos os naipes.
Entrosamento: é a combinação dos desenhos rítmicos produzidos pelos naipes que compõem a bateria, que devem ser executados em perfeito sincronismo. As únicas exceções ficam por conta dos surdos de terceiros, repiniques e cuícas, que tem desenhos próprios e variações rítmicas permitidas.
Equilíbrio instrumental: avalia-se a harmonia sonora dos sons emitidos pelos instrumentos da bateria.
Precisão rítmica: é analisado o entrosamento do desenho e a execução rítmica no conjunto.
Performance: analisa com o objetivo de valorizar as ousadias das baterias, desde que executadas com excelência (ex: bossas, paradinhas, breques, apagões, convenções e viradas)
Sustentação: é a manutenção do andamento da bateria em conjunto com o samba da escola.
Caso haja desconto na avaliação, como será feito?
Os pontos de avaliação serão analisados no campo auditivo do julgador, sem levar em consideração as caixas de som.
Afinação: Falha na consonância harmônica (perde 0,1);
Entrosamento: Até 4 falhas (0,1); 5 ou mais falhas (0,2);
Equilíbrio instrumental: desequilíbrio instrumental (0,1);
Precisão rítmica: falhas em até 2 naipes (0,1); em 3 ou mais naipes (0,2);
Performance: sem excelência (0,1); não realizar (0,2);
Sustentação: variação de 4 bpm a 6 bpm (0,1); 7 bpm ou mais (0,2).
A nota 10 só vem se…
Os cinco pontos de avaliação (afinação, entrosamento, equilíbrio instrumental, precisão rítmica e sustentação) forem atendidos na sua totalidade e o desempenho em performance for de excelência respeitando a ideia do número de compassos: 8 a 15 compassos garante 0,1 (chegando a 9,9) e 16 ou mais compassos garante 0,2 (chegando ao 10,0).
Lembrando que…
Os jurados não devem levar em consideração suas preferências ou gostos, assim como se uma bateria tem mais ou menos ritmistas que outras. Também não é obrigatório que a bateria pare em frente às cabines de julgamento, localizadas nas torres 2, 5, 6 e 9.