Começou o carnaval! E Santos, apresentou a festa popular em 1a. mão ao Brasil. Com divisão em três noites de desfiles, a primeira contou com dois desfiles do Grupo de Acesso e quatro do Grupo Especial.
Apesar das dificuldades deste ano em executar o carnaval, as escolas de samba mostraram que o esforço não foi em vão. Mesmo assim, o público que não lotou as dependências da passarela do samba “Drauzio da Cruz”, se animou com todas escolas que desfilaram.
Unidos da Zona Noroeste
A escola abriu os desfiles das escolas de samba com o enredo “Arroz e feijão uma mistura genial, com o tempero do meu samba virou carnaval”, falando sobre o arroz.
Com boa alegoria, em concepção e acabamento, e fantasias uniformes e de boa leitura, a escola deve brigar pelo acesso ao Grupo Especial. Um dos pontos altos da escola foram a harmonia e evolução, com boa organização de desfile.
Outro destaque ficou por conta da bateria de Edison Bomba, que deu ritmo ao bom samba-enredo e aos 450 foliões.
Real Mocidade Santista
A escola que levou o enredo “Pula fogueira Real, fazendo do meu arraiá um lindo carnaval”, homenageando a festa junina, foi a segunda a desfilar. A agremiação trouxe 800 integrantes e dois carros alegóricos para seu desfile.
A escola não conseguiu repetir seus bons carnavais visualmente, com alguns problemas nas fantasias e acabamento. O abre-alas fez referência a Santo Antonio e o segundo carro de São Pedro. A agremiação ainda levou um tripé para seu desfile. Além disso, a escola não apresentou um bom canto constante em todas as alas, além de alguns problemas na evolução.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira representou os franceses, e a ala das Baianas, a corte portuguesa.
Sangue Jovem
Em seu retorno ao Grupo Especial, a agremiação alvinegra mostrou que deve lutar pela permanência na elite. A agremiação levou para o Sambódromo o enredo “Da luz à vida”.
Um dos destaques ficou por conta das fantasias, com bom acabamento e de fácil leitura do enredo. O abre-alas fez referência a Idade da Pedra, e a descoberta do fogo. Diversas formas de luz foram levadas à avenida. As alegorias foram bem apresentados, e com bom acabamento.
O canto da escola teve apoio da dupla Cristian e Rodrigo Atração que conseguiu segurar o samba no desfile. Apesar de alguns problemas na evolução, a escola saiu satisfeita com o resultado mostrado.
“A Sangue está aí para quem sempre duvidou. Estamos mais vivos do que nunca”, disse com tom de alegria o Vagninho, presidente da Sangue Jovem.
União Imperial
Terceira agremiação da noite, e segunda pelo Grupo Especial, a verde e rosa do Marapé era aguardada com expectativa pelo público presente. Ao anunciar o início de desfile, a agitação tomou conta dos sambistas.
Com um enredo sobre o artista Benedicto Calixto, a União Imperial fez um desfile tradicional: muito verde e rosa em suas alas, na estréia do carnavalesco Renan Ribeiro.
Com 18 alas e 2.000 componentes, a escola apostou muito em seu samba-enredo, um dos mais destacados da safra. Porém, alguns problemas no sistema de áudio e carro de som atrapalharam o total desenvolvimento da obra para a harmonia da escola.
A escola apresentou fantasias com fácil leitura do enredo e bom acabamento. As alegorias apresentaram pontos positivos em termos de criatividade, porém com alguns problemas de acabamento. No setor final de desfile, o abre-alas apresentou problemas, mas a escola soube conduzir até a dispersão. Outro problema no mesmo carro, foi a águia, símbolo da escola, que teve problemas com as asas.
Outro destaque ficou por conta do experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon e Lyssandra. As baianas passaram com belas fantasias, sendo a ala mais destacada da noite.
A bateria foi um dos destaques do desfile, levantando o público presente com sua tradicional marcação de surdo. A frente, Sheila Carvalho sambou como madrinha da bateria.
Muito emocionado desde o grito de guerra, o presidente Pitico foi enfático quanto ao desfile. “Para nós, o desfile foi 100%. Todo o projeto que tínhamos foi para avenida”
Brasil
A escola da presidente Sandra foi a penúltima agremiação a pisar na passarela do samba, com o enredo “A deusa das águas é a senhora da vida, a negra mulher padroeira do amor, eis o encanto que nos uniu sob o manto da Brasil”.
A Campeoníssima teve diversos obstáculos para colocar o carnaval na rua, principalmente por questões financeiras. “Com todas as dificuldades que tivemos, foi um sucesso”, exaltou Sandra Aparecida, presidente da Brasil.
O enredo trouxe a religiosidade brasileira e todo o sincretismo a partir dos 300 anos da Nossa Senhora de Aparecida e a figura de Oxum. A comissão de frente representou as crenças afro-brasileiras, e abriu caminho para o desfile da Brasil, chamando a atenção de todos.
Um dos destaques ficou por conta da ala musical, comandada por Leandro Paçoca e Junior Bicalho. As alegorias da escola apresentaram diversos problemas de acabamento, o que pode tirar pontos na apuração das notas.
Já as fantasias, que não apresentaram problemas consideráveis, mostraram de forma clara a leitura do enredo passando por fatos religiosos como os orixás e santos da Igreja.
X-9
A tradicional escola do Macuco, fechou a 1. noite de desfiles do Grupo Especial com o enredo “Um grito heroico de um povo”, que mostrou contou através de gritos, como a independência e um gol na partida de futebol, a formação do povo brasileiro”O enredo tem muita relação com 2016, porque estávamos engasgados do ano passado. A colocação que pegamos não era o que esperávamos, e hoje viemos para realmente subir no topo bem alto. Queremos soltar o grito de campeão”, falou muito emocionado o presidente Ditinho.
Com cerca de 2000 componentes e três alegorias, a escola levantou o público presente, com o refrão fortemente cantado por Bolinha e toda ala musical. Outro destaque ficou por conta do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabiano Dourado e Thais Paraguassú.
Com boa evolução e canto, as alas não tiveram problemas com as fantasias. A comissão de frente teve problemas durante a apresentação, com a fantasia de dois componentes, que pode atrapalhar a escola na apuração. A escola teve problema de evolução na saída do recuo de bateria.
As alegorias mostraram bons acabamentos e leitura fácil do enredo. O segundo carro alegórico trouxe a imagem de São Jorge, citado também no samba-enredo da agremiação. A última alegoria trazia uma réplica de Brasilia, como forma de protesto do grito do povo brasileiro.
A Pioneira encerrou o desfile cerca de 5:40 horas da manhã, dentro do tempo regulamentar.