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SASPERIA – “Respeita as Minas”. Conheça a história e características da Bateria da Cásper

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Presença forte de ritmistas mulheres, a Cásper é a prova viva de que qualidade rítmica não depende de gênero sexual. Faltando pouco mais de uma semana para a seletiva do Balatucada, a diversidade do samba é fator primordial na apresentação dos Casperianos.

A entrada da Associação Atlética Acadêmica Jesse Owens (Atlética Homem Pássaro) no Jogos Universitários de Comunicação e Artes em 1997 foi o primeiro passo da bateria, poucos instrumentos e ritmistas de escolas de samba formavam aquilo que seria a Bateria da Cásper. O ritmo era pouco levado a sério, até que em 2000 a entidade resolveu convidar alguns diretores da bateria Ritmo Puro, da Mocidade Alegre, para auxiliar nessa evolução. Em 2005 o Marcelo Pires, conhecido como Tieta, assumiu o cargo de mestre, mudando totalmente a cara da batucada da Paulista. O ano de 2009 foi um marco na extensa trajetória, onde o Tieta conseguiu montar uma bateria apenas com alunos da própria Cásper Líbero, resolvendo o problema que os impediam a se aventurarem em torneios universitários.

A Bateria da Cásper conta com o apoio da Atlética Homem Pássaro nas compras de novos instrumentos e equipamentos de manutenção em época que antecede o JUCA (Jogos Universitários de Comunicação e Artes). Uniforme e taxa de inscrição em torneio são financiadas pela própria bateria, através de ajuda interna ou eventos que a bateria se apresenta.

Tendo uma ligação forte com a Ritmo Puro, a Bateria da Cásper tem algumas características semelhantes, como a própria batida de caixa. A afinação média é encontrada em todos os instrumentos, o tamborim utiliza o carreteiro padrão e o chocalho tem a sua acentuação pra trás. O surdo de terceira mantém o swing padronizado, enquanto o agogô trabalha com duas levadas diferentes. As bossas são totalmente criadas pelo próprio mestre, com opiniões de ritmistas, caso julguem necessário alguma modificação.

Os ensaios são realizados na Avenida Paulista, em frente ao prédio Fnac, todos os sábados das 14h até às 17h, e nos domingos das 11h até às 14h. Com a alta movimentação de pessoas na Avenida, o local não é o mais apropriado para a realização dos treinos, por essa razão, em época de torneio, a entidade reserva um estúdio para o melhor aproveitamento dos ritmistas.

Além da qualidade do ritmo, a bateria tem uma forte responsabilidade em apoiar a sua atlética no JUCA. Perguntada sobre a diferença entre jogos e torneios de baterias, a Beatriz Araujo, responsável pela comunicação, respondeu:

“O JUCA é muito importante para os nossos bixos, por exemplo. Os primeiros meses são focados em passar a base de samba e diferentes ritmos que usamos na bancada durante os jogos. Paralelo a isso já vem o nosso preparo para as competições, onde começamos a criar breques novos e vamos aprimorando até chegar na data dos torneios. Nós dedicamos nossos ensaios para os dois tipos de eventos, pois somos a Bateria da Cásper, defendemos e representamos a Cásper. Porque ser Cásper é ser diferente, ser Bateria é ser, acima de tudo, Cásper”.

Dentre o universo universitário, a Bateria da Cásper é uma das baterias que mais bate na tecla contra o machismo, tendo até a faixa de “Respeita as mina” presentes em diversas apresentações, até mesmo na última participação do Balatucada. Vista como uma bateria que quebra paradigmas, o ritmista Rui Infante, declarou:

“Nós ficamos extremamente gratos em sermos reconhecidos por isso. A Cásper tem uma maioria feminina, e nós gostamos de destacar o espaço delas (seja onde for) sempre que possível. Ainda mais no meio universitário, onde ainda há muito machismo e também no mundo do samba, que durante muito tempo foi majoritariamente masculino. Na hora de tocar não tem divisão de homem e mulher, somos todos um só com tesão de fazer valer. Acreditamos que todo esse nosso movimento ajuda sim a quebrar paradigmas, porque as pessoas percebem que não é por sermos maioria feminina, ou por termos 4 ripas bases mulheres, uma ala de ganzá enorme também com maioria feminina, uma ala de caixas com metade mulheres que nosso samba é pior. Pelo contrário, tem muita mina que as vezes tem mais tesão do que os homens e no fundo é isso que importa, ter vontade de fazer o seu melhor. Somos maioria mulheres com muito orgulho e continuaremos fazendo nosso som e deixando a mensagem de “Respeita as Minas” por onde passarmos”.

Por volta das 17h45, a Bateria da Cásper sobe no palanque da 6° edição da seletiva do Balatucada. Nove baterias universitárias participam do torneio. O evento será realizado no dia 26 de Agosto, na quadra da X-9 Paulistana, localizada na Avenida Paulo Silva Araújo, 25 – Jardim São Paulo.

Ano passado a entidade estava no torneio principal do Balatucada, onde sofreu o rebaixamento para a seletiva:

“É sempre triste cair. Fizemos uma boa apresentação ano passado, mas com alguns errinhos que não poderiam existir e assumimos isso. Acho que o primeiro passo é reconhecer o erro e assim trabalhar em cima dele sem deixar para trás os acertos também. O que nos motiva é o reconhecimento de todos de que a Bateria da Cásper é sim gigante e que nosso lugar é na primeira divisão. A Seletiva não deixa a desejar e traz baterias tão desafiadoras e fortes quanto o grupo principal do torneio. Isso nos motiva ainda mais e nos dá mais forças para ensaiar a cada final de semana. Além disso, cada sorriso dos ritmistas, cada olhar dos telespectadores da Avenida Paulista nos nossos ensaios e cada pessoa dançando ao nosso som em pleno domingo de manhã com a Paulista fechada. Não tem como isso não nos motivar” – afirmou Isabella Zacharias , ritmista.

Confira um pouco do ritmo que a Bateria da Cásper fez para a equipe da SASPERIA:

https://www.facebook.com/saspcarnaval/videos/1449081931834359/

Botequim da SASP