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Tom Maior encerra primeira noite do Especial com desfile bom e animado

Sensação em 2018, a Tom Maior teve novamente a missão de fechar a primeira noite de desfiles do carnaval de São Paulo. Com enredo elaborado por André Marins, a vermelha e amarela desfilou de maneira correta durante quase todo o tempo que esteve na pista. Porém, ainda restando 15 minutos para seu tempo ser finalizado a agremiação optou por adiantar o passo e acabou correndo, ainda que sem necessidade, o que pode prejudicar o quesito evolução. 

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Apesar do julgamento do carnaval não ter nenhuma comparação com os anos anteriores, é impossível falar da Tom e não se recordar do histórico desfile feito no último ano pela escola homenageando as Imperatrizes do Brasil. Na parte plástica, as características de carros gigantes com esculturas ainda maiores permaneceram. 

O canto não foi o melhor da noite, mas a comunidade do Sumaré cumpriu seu papel, e isso se deve muito pelo trabalho bem feito do trio Bruno Ribas, cantores de apoio e bateria Tom 30. Bem entrosados, mostraram na manhã deste sábado, que mesmo com um samba não tão comentado no carnaval pela qualidade, é possível levantá-lo graças a qualidade musical de quem está por trás cantando.

A abertura do desfile da Vermelha e Amarela veio com o primeiro questionamento do desfile sobre as teorias de criação do mundo. Com uma estrutura de desfile semelhante ao do ano passado, quando alcançou a melhor colocação de sua história no Grupo Especial, o primeiro setor do desfile da Tom contou com três alas, uma delas com características cênicas, antes do primeiro carro alegórico. Coreografada por Robson Bernardino, a comissão de frente da agremiação representou a origem das espécies, seguindo a Teoria da Evolução de Charles Darwin. A encenação ainda contou com um macaco pensador vestido de cientista, um neandertal e Adão surgindo de um ovo e admirado com a beleza dos seres vivos.

Jairo e Simone, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, vieram representando a criação da luz, lançando mão da tradição bíblica. As alas do setor ainda representaram a origem do universo de acordo com o Big Bang, a criação do universo e o sol – ala formada pelas baianas da Tom Maior. Por fim, o gigantesco abre-alas da Tom Maior que veio representando o Jardim do Éden. Com uma grande geleira na parte da frente do carro, a alegoria se destacou pela representação do criador em uma escultura e a representação do jardim onde Adão e Eva teriam vivido.

O questionamento do segundo setor do desfile da Tom foi com relação as divindades. Perguntando-se “Quem é Deus?”, o desfile da Vermelha e Amarela abordou em alas os mais diferentes deuses de acordo com as mais diferentes crenças. Deuses hindus, egípcios, gregos e africanos foram representados por alas. Comandada por Mestre Carlão, a Bateria Tom 30 veio representando os deuses nórdicos. Fechando o setor, o segundo carro alegórico da agremiação representou um grande panteão reunindo todos os deuses.


A busca do homem por respostas nos elementos naturais e no misticismo deu o tom do terceiro setor do desfile da Vermelha e Amarela. Com a ala de passistas representando os ciganos, o trecho da passagem da Tom pelo Anhembi ainda contou com alas retratando ervas e feitiços, tarô, Nostradamus e a lua. Os medos da humanidade e o misticismo fecharam o setor na terceira alegoria da agremiação.


Se o terceiro setor abordou a busca nos elementos naturais e no misticismo, o quarto trouxe a busca do homem por respostas na racionalidade e na ciência e homenageou os grandes nomes da ciência. Alas retrataram o Leonardo da Vinci e a física, Galileu Galilei e a astronomia, Isaac Newton e a alquimia, Júlio Verne e a literatura e, claro, Albert Einstein e sua Teoria da Relatividade. Fechando o penúltimo setor do desfile da Tom, o quarto carro alegórico da agremiação retratou a racionalidade humana.


No último trecho do desfile da Tom Maior, aquelas perguntas ainda sem resposta. O tempo e suas perguntas, o DNA que nos diferencia de outros seres e se existe vida após a morte foram algumas das questões levantadas no final do desfile da Vermelha e Amarela. Vida pós morte, aliás, foi o tema da última alegoria da escola. A alegoria foi dividida em três partes: a primeira, à frente, representando o inferno; a segunda, no meio, o juízo final; e na parte traseira, o céu, fechando o desfile da Tom.

 

Botequim da SASP