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Uma figura no carnaval, Herivelto representa a resistência de uma arte

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Quarenta anos de avenida. É com esse número que um dos rostos mais conhecidos do carnaval paulistano vai desfilar no Carnaval 2017. É capaz de você não saber o nome ou ter falado com ele, mas se citar um passista com pandeiro você já pode imaginar.

Herivelto Scaife começou a frequentar escola de samba na Mocidade Alegre em 1976, e já no carnaval de 1977 fazia seu primeiro desfile. Além de passista, Herivelto tem uma habilidade rítmica – o pandeiro. Aliás, esse personagem tem ficado escasso em nosso carnaval, em frente as baterias ou em alas, como fazia a Nenê.

“Eu era garoto eu assistia na TV os caras com pandeiro e achava muito bonito, divertido e legal! Tinha muitos na época. Primeiro fui passista e depois comecei a ensaiar e aprender essa arte aos poucos.” falou Herivelto sobre como começou.

Mas uma situação o levou a assumir esse posto em frente a bateria. “Em 1978 o Zeca da Casa Verde me levou para o Rosas de Ouro, e já saí de passista de pandeiro na frente da bateria. E até hoje, graças a Deus, já são quase 40 anos a frente de baterias.”, relembra emocionado Herivelto.

A lista de escolas de samba por onde atuou e desfilou é extensa. Mocidade Aegre, Rosas de Ouro, Gaviões da Fiel, Nenê, Vila Maria, Águia de Ouro, Morro da Casa Verde, Unidos de São Lucas, Barroca Zona Sul, Prova de Fogo, Vai-Vai, Camisa Verde e Branco , Iracema Meu Grande Amor, Acadêmicos do Tucuruvi, Torcida Jovem, Só Vou se Você For, Unidos do Guaraú  e Renascença da Lapa.

Herivelto reconhece que é um personagem do carnaval, porém, o amor bate por uma agremiação. “Foi na Unidos do Peruche que eu  encontrei a minha identidade, com uma comunidade de samba de raiz. Só na Peruche são 20 carnavais consecutivos. A escola pode estar no Especial, Acesso… eu tô lá. Aonde ela estiver é parte da minha vida.”

Em recente ensaio na escola de coração, o presidente Ney fez um anúncio no palco. “Queria publicamente agradecer e pedir palmas para um dos caras que está tanto tempo e fez e ainda faz muito por nossa escola”. Herivelto não conteve a emoção e caiu em prantos de lágrimas de amor e felicidade.

Apesar de ser uma figura marcante no carnaval, Herivelto alerta. “Aqui em São Paulo só tem alguns passistas de pandeiro a frente de algumas baterias. Você conta nos dedos as escolas que abrem o espaço, pois a maioria não aceita mais ala de pandeiro. Infelizmente essa arte está acabando e os jovens não tem interesse em aprender. Ver um passista de pandeiro em SP ou mesmo no RJ, é raridade”.

 

 

Botequim da SASP