A Rosas de Ouro, atual campeã do grupo Especial de São Paulo, divulgou em suas redes sociais a sinopse do enredo Escrito nas Estrelas, que a escola levará para o Anhembi em 2025.
O texto escrito por Roberto Vilaronga, enredista da agremiação, detalha o tema que fará uma viagem pela presença milenar da Astrologia na história da humanidade. A escola também convida os compositores interessando em participarem da disputa. Mais informações podem ser obtidas clicando aqui.
Confira abaixo a sinopse:
“Quando contemplo o céu estrelado, sinto que o universo fala em silêncio.”
Immanuel Kant
No princípio, havia apenas o silêncio – um silêncio cósmico, vasto e inatingível – até que o universo respirou pela primeira vez. Com uma explosão de luz e energia, nasceu o tempo, o espaço… e com eles, as estrelas. As galáxias se espalharam como sementes lançadas ao vento, tecendo a tapeçaria
infinita do céu. Em meio ao caos criativo, surgiram os planetas, moldados pelo fogo e pelo gelo, dançando ao redor de sóis jovens e vibrantes. A Terra — berço daconsciência — emergiu como um raro milagre, sob a vigília constante da Lua, sua eterna guardiã, e do Sol, seu coração flamejante.
Formaram-se planetas, viajando em órbitas perfeitas, criando uma sinfonia que rege os ritmos da existência, girando suavemente como um carrossel celeste.
Quando o universo ainda sussurrava seu primeiro sopro de existência, as estrelas traçaram caminhos invisíveis, e os Deuses antigos bordaram o céu em doze caminhos de luz — e assim nasceu o Zodíaco, um sussurro eterno do cosmos moldando destinos na linguagem silenciosa dos signos que no futuro seria decifrada por toda humanidade.
Foi então que os céus começaram a falar…
Em meio a esse cosmos majestoso, uma civilização antiga despertou, detentora de um conhecimento que transcenderia eras. Os ecos de sua sabedoria reverberaram através dos séculos, dando origem às culturas que moldariam o mundo. Em meio a esse cosmos majestoso, uma civilização antiga despertou, detentora de um conhecimento que transcenderia eras. Os ecos de sua sabedoria reverberaram através dos séculos, dando origem às culturas que moldariam o mundo. E antigos homens e mulheres — não apenas observadores, mas ouvintes atentos — aprenderam a decifrar os sussurros das estrelas. Esses primeiros sábios não criaram a astrologia. Redescobriram-na, como quem encontra ecos de um saber ancestral, deixado por uma civilização esquecida, tão avançada que se tornou lenda. Uma civilização mãe, que semeou o conhecimento entre os povos.
Foram eles, os guardiões do céu, que desenharam os primeiros mapas celestes. Zigurates, pirâmides, observatórios megalíticos — cada pedra alinhada com os astros, cada templo uma oferenda ao divino no alto. Daí resplandecem a Mesopotâmia, berço da escrita e da astrologia primitiva; o Egito, onde faraós interpretavam os astros como divindades; a Grécia, que elevou a razão ao estudo dos céus; a Índia, com seus ciclos cósmicos entrelaçados ao destino humano e à elevação do conhecimento do próprio corpo; a Oceania, onde os navegadores guiavam seus caminhos pelas constelações; e nas Américas, mestres do tempo e das predições que contaram no calendário nossos dias.
Ao longo dos milênios, a astrologia foi enriquecida e transformada por mentes brilhantes que expandiram suas fronteiras conceituais e técnicas. Estes pensadores, muitos dos quais eram simultaneamente astrônomos, matemáticos, filósofos e místicos, construíram um corpo de conhecimento que transcendeu culturas e épocas, estabelecendo as bases do que conhecemos hoje como astrologia.
Ptolomeu, em Alexandria, catalogou os céus com precisão matemática. Galileu Galilei ousou olhar além, desafiando os dogmas com sua luneta e sua mente afiada. Nostradamus captava as pulsações do tempo, escrevendo profecias guiadas pelos planetas. Da Vinci via na simetria do corpo humano os mesmos padrões que regiam o cosmos. E os três Reis Magos, astrólogos vindos do Oriente, seguiram uma estrela — não por fé cega, mas por sabedoria celeste.
Estes grandes pensadores, cada um em seu tempo e contexto, contribuíram para construir um corpo de conhecimento que, longe de ser estático, continua a evoluir e se transformar. Eles nos legaram não apenas técnicas e sistemas, mas uma visão de mundo que reconhece a interconexão entre todos os níveis da existência, do microcosmo ao macrocosmo, das profundezas da psique humana às vastidões do
espaço sideral.
Astrologia nunca foi superstição. Foi ciência sagrada. É poesia em movimento, linguagem da alma, escrita em órbita.
E agora, em nossos dias, um novo ciclo se ergue no horizonte: a Era de Aquário. Um tempo de despertar coletivo, em que as correntes invisíveis do universo empurram a humanidade para a consciência, a equidade, a verdade.
Aquário sopra ventos de mudança nas salas de aula, convidando à liberdade de pensamento. Traz reflexões no clima, nos corpos e nas mentes. Quebra velhos sistemas e ergue pontes entre o saber antigo e a intuição moderna. É a era da colaboração, da tecnologia com propósito, do amor que transcende fronteiras valorizando a diversidade humana, onde todos possam se respeitar.
É também a era da espiritualidade sem amarras — onde ciência e alma podem, enfim, caminhar juntas.
E assim, sob este novo céu, seguimos. Os astros continuam a se mover. Mas agora, mais do que nunca, estamos ouvindo. Pois o céu não é apenas um espelho do destino: é o nosso reflexo extraordinariamente mais profundo.
Que essa jornada nos leve a um futuro de paz. Que as estrelas nos lembrem do amor que temos dentro de nós, que cultivamos e que, em algum momento, deixamos escapar. E que a astrologia — esta arte milenar — siga sendo um farol para os corações que buscam sentido. Que este novo tempo seja de luz, harmonia e felicidade.
Que cada olhar voltado ao céu encontre ali não apenas um firmamento estrelado, mas um reflexo da jornada da humanidade. Pois, no fim, somos todos parte desta dança cósmica — guiados pelo infinito, sonhando com o eterno e escrevendo nosso destino entre as constelações.
Afinal, nosso futuro já está… Escrito nas Estrelas!
Carnavalesco – Fábio Ricardo
Enredo – Evandro do Rosas
Pesquisa, Desenvolvimento e Sinopse – Roberto Vilaronga