Em entrevista concedida ao Portal UOL, o presidente do Vai-Vai, Claricio Gonçalves, diz que se arrepende da crítica feita pela escola a Polícia Militar no desfile de 2024.
“Na nossa vida, todo dia é um aprendizado. Hoje, eu, como representante da escola, vejo que a gente contrata um carnavalesco, passa um tema para ele e, dentro da nossa constituição, temos nosso direito de nos expressar. Mas aprendi uma coisa: ele pode se expressar, sim, mas não ofendendo uma instituição. Deveria ser outro formato”, diz o presidente.
A maior vencedora do carnaval paulistano, levou para o Anhembi em 2024 o enredo “Versículo 4, Capítulo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop um Manifesto Paulistano”, de autoria do carnavalesco Sidnei França. Na ala Sobrevivendo no Inferno, a fantasia representava policiais do choque como personagens diabólicos, usando chifres e asas.
Isso irritou a Polícia Militar de São Paulo, que logo após o desfile se manifestou contrariamente na imprensa. Alguns políticos também entraram no embate, entre eles, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), recentemente reeleito, que disse na época que procuraria a Liga Carnaval SP para analisar possível punição à Vai-Vai. “Vamos conversar com a Liga, dar direito ao contraditório. Enfim, escutar a todos. Nesse momento, não temos como saber se haverá punição e, se houver, qual será”.
Claricio ainda afirmou que se atentará para que outras instituições não sejam criticadas como aconteceu no desfile de 2024. “Se o carnavalesco for relatar um enredo que tenha alguma coisa que possa afetar uma instituição, a gente para no caminho e deixa claro com ele que tem de narrar o fato em outro formato. Em momento algum quisemos enfrentar ou falar mal da Polícia Militar”.
Em 2025, a escola da Bela Vista fará uma homenagem ao ator e diretor José Celso Martinez com o enredo “O Xamã Devorado y a Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”.