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Coluna “Di Quinta”- O samba respira seu legado de representatividade e resistência, Seu Nenê!

Por Yuri Coloneze

Olá, leitores da SASP Carnaval!

Para aliviar um pouquinho tantos ansiosos corações que estão esperando pelos desfiles, nada mais justo e necessário do que deixar uma singela homenagem para um gigantesco e eterno mestre do Carnaval Paulista!

Hoje é dia de homenagear vida e obra do inesquecível Seu Nenê de Vila Matilde! Mestre dos mestres, um baluarte mais do que histórico e fundamental para a construção das escolas de samba em São Paulo!

Toda reverência até pode ser pequena perto do tamanho desta figura inesquecível, mas toda reverência é extremamente necessária para agradecer. Seja com versos, prosas ou batucadas…É fundamental deixar uma forma especial de agradecimento!

Obrigado, Seu Nenê! Obrigado, Nenê de Vila Matilde!
Esse portelense pede passagem nesta coluna para reverenciar um sonho em forma de ser humano!

Boa leitura e excelente carnaval para todos, pessoal!

 

A roda de seu Nenê – Existência, persistência e resistência!

Zona leste somos nós!
Uma voz que na passarela tanto ecoa
E como singelo lema ainda ressoa
Para provar que não estamos sós!
E foi plantada nova semente
Registrada no brilho do olhar de um novo passista
Ora malandro, ora artista
Com a única certeza absoluta de ser sambista.

O interior mineiro foi sua inspiração para o encanto
E a dura travessia para a metrópole foi guardada em sua própria pele e canto
Com a benção eterna da Bahia de todos os santos
A batucada falou mais alto em coração metalúrgico
Tanto que até o nome da agremiação foi extremamente cirúrgico
Nenê de Vila matilde era a maior ambição
Saindo do largo do Peixe com popular condição!

Entre tiriricas e pernadas
E em outras tantas umbigadas
A rica herança da negritude
Deixou a dor da embarcação para sonhar com uma cultura de samba em plenitude!
E o laço de essência foi mantido
Com a benção da madrinha Portela
E aula de Paulo marcando um surdo de legado garantido.

Uma fundação de heróica representatividade
Elegância nesse chão em embalos de rítmica sonoridade
Uma memória quilombola alimentada pelo sorriso
E pelo riscado de espaços que brincam com o tesouro do improviso
E para anunciar novo Carnaval
Dizem que o mestre lá do céu ainda insiste
Num eterno tributo em prol de uma bamba vaidade que ainda resiste!

Botequim da SASP