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Enredos 2025 – Homenageando Benito Di Paula, a Águia de Ouro vem do jeito que a vida quer!

Banner do Enredo de 2025 da Águia de Ouro

Por Lucas Malagone

Seguindo nossa série sobre os enredos do Grupo Especial, hoje vamos falar sobre o enredo da Águia de Ouro para 2025! Décima colocada no último Carnaval, a escola prestará uma grande homenagem ao cantor e compositor Benito Di Paula.

Com o título “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”, o enredo é assinado pelo carnavalesco André Machado, que faz sua estreia na escola. A proposta é mergulhar na trajetória do cantor, explorando suas músicas, composições e contribuições para a cultura brasileira.

Benito Di Paula nasceu em 28 de novembro de 1941, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, com o nome de batismo Uday Vellozo. No entanto, foi em São Paulo que criou raízes e se consolidou como um dos grandes nomes do samba paulistano. Seu nome artístico foi escolhido por ele e por Alfredo Motta, um grande incentivador de sua carreira. Quando tinha entre 15 e 16 anos, Benito foi convidado a cantar no Hotel Avenida, localizado na Rua Dante Laginestra, no centro de Nova Friburgo. Inicialmente, escolheram para Uday o nome artístico “Benito”, ao qual posteriormente adicionaram “Di Paula”, buscando “italianizar” seu nome.

Seu grande sucesso veio nas décadas de 1970 e 1980. Após uma apresentação no programa do Chacrinha, em 1972, sua carreira decolou. Ele gravou quase dez álbuns em dez anos, alguns ao vivo. Em 1973, lançou a icônica “Retalhos de Cetim”. Em 1975, lançou um de seus maiores sucessos, “Charlie Brown”, que encantou o público e até confundiu Chico Buarque, que acreditou que Charlie Brown fosse uma pessoa real.

Entre seus grandes sucessos dessa época, destacam-se “Do Jeito Que a Vida Quer”, “Fui Sambando, Fui Chegando”, “Vai Ficar na Saudade”, “Olha Nós Aí” e “Ah, Como Eu Amei”, entre outras. No fim dos anos 1980, suas constantes trocas de gravadora impactaram seus ganhos e sua presença nos palcos. Entretanto, nos anos 1990, Benito se estabilizou novamente, lançando praticamente um CD a cada dois anos até 1997.

Destaques desse período incluem o álbum “A Vida Me Faz Viver” (1992), que trazia a música “Eu Não Aguento Mais”, um desabafo do cantor. Já em 1994, lançou o disco “Pode Acreditar”, apresentado no programa Jô Soares Onze e Meia. Nele, Benito interpretou a música “O Amor é um Jogo”, que contou com a participação especial de Chico Anysio. Esse álbum também trouxe a faixa “Senna, Nosso Campeão”, uma homenagem a Ayrton Senna.

Depois desse período, Benito passou um tempo afastado dos holofotes, até que, em 2002, o grupo de pagode Exaltasamba relançou uma versão de “Do Jeito Que a Vida Quer”, tornando-se um enorme sucesso nas rádios, na TV e em videoclipes.

Em 2019, Benito sofreu um duro golpe com a perda de seu filho, André Vellozo, aos 36 anos. Durante o período de luto, ao lado de seu filho Rodrigo, produziu um novo álbum de inéditas, lançado em 2021 — seu primeiro desde 2009.

Ao todo, Benito Di Paula lançou 34 discos e vendeu mais de 50 milhões de cópias ao longo de sua carreira.

Como sugere o título do enredo, a escola pretende destacar principalmente seus dois maiores sucessos, “Retalhos de Cetim” e “Do Jeito Que a Vida Quer”. Mais do que uma simples homenagem, a Águia de Ouro quer transformar suas músicas em espetáculo na avenida, dando a elas forma, cor e identidade. O próprio cantor, encantado com o enredo, participou ativamente da concepção das fantasias, alegorias e até do processo de escolha do samba que cantará sua vida e obra, conforme revelou o carnavalesco André Machado em eventos da escola.

A escola apresentará a trajetória de Benito, desde sua infância e suas inspirações até seu legado para a música brasileira e a cultura popular. Cada setor da escola representará uma fase de sua vida musical.

A Águia de Ouro, como sugere o título do enredo, quer mostrar a vida “do jeito que ela quer”. A proposta é trazer um desfile leve, descontraído e emocionante, que vá além de uma homenagem em vida ao cantor: a escola quer contribuir para a preservação de seu legado. E, em retalhos de cetim, pretende voltar ao Desfile das Campeãs após quatro Carnavais.

Chico Buarque estava certo: Charlie Brown existe, e ele se chama Benito Di Paula!

Confira o samba da escola:

Botequim da SASP