Por Fábio Parra
O Carnaval de Santos seguiu com seus desfiles na noite de sábado, 22 de fevereiro. Com 8 escolas descendo a passarela do samba, sendo quatro do Grupo de Acesso e as demais do Grupo Especial.
Grupo de Acesso do Carnaval de Santos
Brasil
Os 13 meses para preparar o carnaval não foram suficientes para a tradicional escola, 16 vezes campeã. Dificuldades na concentração, com muitos componentes chegando atrasados, reverberaram no modesto desfile falando de lendas, mistérios e crenças do Brasil. Sem perder a pose após mais de 20 minutos de lentidão na entrada, a escola optou por não correr e estourou o tempo em dois minutos. Destaque para Cley e Geovanna, o sublime casal de mestre-sala e porta-bandeira.
Dragões do Castelo
A jovem escola do Jardim Castelo desenvolveu um enredo bonito, sobre o 16° Odu e trouxe Daniel Collete e Robinho para interpretar seu samba, ao som da sua excelente bateria Sinfônica do Dragão, mas isso tudo não bastou para que os componentes cantassem, a maioria deles estava apática e pouco comprometida com o canto, a dança e a alegria de desfilar. Destaque para a bonita comissão de frente.
Padre Paulo
A verde e branco do Estuário comemorou seus 50 anos de fundação, relembrando suas glórias e seus sete campeonatos. A comissão de frente representou o tradicional Banho da Dorotéia, famosa manifestação do carnaval santista, e abriu caminho para um desfile com cara, jeito, cheiro e gosto de carnaval santista. O casal Pedro Trindade e Mirelly Nunes esbanjou simpatia e comunicação. A Padre Paulo é séria candidata a ascender ao Grupo Especial.
Império da Vila
Última escola do Grupo de Acesso a desfilar, o Império da Vila desenvolveu o enredo a partir do mel e da apicultura. A comissão de frente com saias em forma de colmeia impressionou, bem como o abre-alas com crianças na cênica. Mas o desfile que se seguiu mostrou-se desequilibrado em fantasia e evolução: algumas alas não conseguiam preencher toda a largura da pista, deixando o conjunto fragilizado.
Grupo Especial do Carnaval de Santos
Mocidade Independência
O carnavalesco Raphael Soares deu nome e sobrenome ao elaborar um visual leve, original e com excelente ritmo cromático para a escola do Jardim Casqueiro, de Cubatão. O inusitado enredo sobre a pimenta foi muito bem interpretado pela comunidade, inclusive com sua apimentada bateria. O único senão: a evolução da escola, marcada por uma entrada lenta, seguida de correria pós-recuo e um grande buraco.
Unidos dos Morros
Uma justa homenagem à TV Cultura e sua respeitável – e inteligente – programação. Não resta dúvida de que o competente carnavalesco Igor Carneiro concebeu cada fantasia com muita memória afetiva. A Unidos dos Morros mostrou porque é a atual papa-títulos do Carnaval de Santos contando com o carinho das arquibancadas, encantadas com a mistura de técnica e emoção da escola do Morro da Nova Cintra. Renatinho e Fabíola foram únicos, brilhando na avenida enquanto ostentava o pavilhão azul, verde e branco.
União Imperial
A verde e rosa do Marapé veio falando de cinema, sob o viés dos campeões de bilheteria. Insuperável nos figurinos e no acabamento, explorou como ninguém as laterais das alegorias e apresentou o mais belo conjunto visual desse carnaval. Deve disputar o campeonato com a X-9 e a Unidos dos Morros. Destaque para a lindíssima comissão de frente, lindamente vestida, que misturou elementos de balé com street dance.
Sangue Jovem
A última escola do Grupo Especial a pisar na Passarela Dráusio da Cruz trouxe, como enredo, São Vicente – cidade gêmea de Santos. A colonização, a presença dos jesuítas e lugares pitorescos da primeira cidade do país foram retratados em alegorias e fantasias pelo carnavalesco Michael Smith. Um respeitável naipe de cuícas marcou presença na bateria. Houve estouro do tempo de cronometragem, o que coloca a escola em uma situação perigosa na apuração.
Confira como foi a primeira noite de desfiles aqui.
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