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São Lucas define enredo para o Acesso 2025, confira!

Após conquistar um surpreendente vice-campeonato no Acesso 2 em 2024, garantindo uma vaga na divisão de Acesso 2025, a Unidos de São Lucas anunciou em suas redes sociais, na noite da última quinta-feira (11), o enredo que levará ao Anhembi no próximo ano.

O enredo, intitulado “Ijexá”, será desenvolvido pelo carnavalesco Fernando Dias e explorará o Ijexá, um ritmo musical de origem iorubá que também nomeia uma nação africana. Trazido da cidade nigeriana de Ilesa, banhada pelo rio da orixá Oxum, o Ijexá chegou ao Brasil com os africanos escravizados que desembarcaram na Bahia. Esse ritmo representa uma resistência que ainda persiste hoje, tanto nas cerimônias de candomblé quanto nas músicas populares e comerciais brasileiras.

Confira o texto divulgado pela escola e a logomarca do enredo:

Refletido no espelho de Oxum, à história se revela, rica como o ouro, foi escrita à mão através da vida de pretos ancestrais da etnia iorubá. Lembramos aqui um histórico reino nigeriano situado em uma região conhecida como Ijexalândia. Os ijexás possuem uma origem mística que os associam como descendentes de Odudua. São conhecidos por sua determinação e bravura em batalhas.

Em uma época onde o preconceito e a discriminação aos negros, se fazia fortemente presente no Brasil, as proibições de atos e elementos da cultura afro-brasileira, eram uma ferramenta para o embranquecimento da sociedade, que via o povo preto como uma raça inferior. Um infeliz momento da história que é amenizada nas páginas dos grandes livros, mas é lembrada e contada pelo povo de fé dos terreiros, através de histórias ancestrais passadas de pais para filhos. É nesta época que o Afoxé desperta aos olhos de todos como um ato de resistência cultural, pelas ruas, levando a cultura dos terreiros e o orgulho de sua gente, aos braços da população.

Da Bahia para o Brasil, o Ijexá encantou, ganhou respeito e levou o coração da cultura afro-brasileira até as pessoas mais afastadas. O terreiro ganhou as ruas, e a ancestralidade que um dia atravessou o mar, chegou em forma de conhecimento, desmistificando aqueles que não aceitavam o ritmo sagrado dos orixás e influenciando vários ritmos musicais brasileiros.

 

Botequim da SASP