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Comissão de frente da Rosas de Ouro se destaca, mas escola faz um desfile regular

A penúltima escola a pisar na passarela do samba na primeira noite dos desfiles do grupo Especial de São Paulo foi a Rosas de Ouro, que fez uma homenagem aos caminhoneiros com o enredo Pelas Estradas da Vida, Sonhos e Aventuras de um Herói Brasileiro, desenvolvido pelo carnavalesco André Machado. A comissão de frente foi o ponto alto da agremiação na avenida, representando a vida dos caminhoneiros, que deixam suas famílias para rodar o Brasil, arrancando aplausos de todas arquibancadas.

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Quem também se destacou no desfile foi o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marquinhos e Isabel, apresentando um bailado extremamente sincronizado e com suavidade nos movimentos. A bateria com Identidade, de mestre Rafa Oliveira, levantou o público com bossas diferenciadas e uma entrada no recuo bem ousada, mas muito bem executada. Falando de bateria, é preciso também exaltar o carro de som da escola, comandado por Royce do Cavaco, que mais uma vez mostrou ser um dos melhores intérpretes da história do carnaval.

Porém algumas falhas marcaram a passagem da Rosas de Ouro. Começando pelo conjunto alegórico com diversas falhas de acabamento e falta de iluminação em alguns carros. Houve também falhas na evolução, já que escola precisou apertar o passo e acelerar seu andamento a partir do terceiro setor. As fantasias também apresentaram pequenos defeitos, mas que não deverá comprometer o quesito.

Por fim, houve uma apreensão dos componentes no final do desfile, já que o portão de encerramento fechou exatamente no minuto 65, falando segundos para não estourar o tempo limite.

PRIMEIRO SETOR

Coreografada por Oyama Queiroz, a comissão de frente da Rosas de Ouro apresentou ao público um elemento cenográfico representando a casa do caminhoneiro e a ideia do enredo bem clara, mostrando a preparação do profissional para seu dia de trabalho. Com integrantes representando o caminhoneiro, sua família e anjos do bom e do mau caminho, o quesito reforçou a relação do profissional com a fé para encarar o dia a dia.

Na sequência o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira representou a flor na boleia – costume dos caminhoneiros que é utilizada como talismã para encarar o desafio da estrada e lembrar dos familiares. Um grupo cênico e o abre-alas estiveram integrados, com o primeiro representando a procissão à São Cristóvão e o segundo, suntuoso e em dourado, representando o andor do santo católico protetor dos caminhoneiros. No complemento do setor, houve espaço para a fé em Nossa Senhora Aparecida. A Ala das Baianas representou a fé das mães dos caminhoneiros, que oram pela proteção de seus filhos na estrada.

SEGUNDO SETOR

Na virada do primeiro para o segundo setor, a Bateria Com Identidade, de Mestre Rafa, veio representando os “Botinas Pretas”, como são conhecidos os policiais rodoviários federais. Na sequência, o começo do dia do caminhoneiro pelas estradas do país. O galo anunciando um novo dia, o sol das manhãs e um horizonte de esperanças foram retratados em alas.

O segundo carro da agremiação trouxe para a Avenida a importância do agronegócio para a movimentação da economia brasileira e, claro, para o trabalho dos caminhoneiros. Predominantemente verde, a alegoria ressaltou o trabalho de cestaria e também tratou da modernização do agronegócio, que tem como importante figura o trabalho pelas estradas através dos caminhões. Uma ala representando a produção agrícola, seguida por outra que trouxe a ligação cidade-campo fecharam o segundo setor do desfile da Azul e Rosa.

TERCEIRO SETOR

Os perigos das estradas e das noites formaram a terceira parte do desfile da Roseira. Em alas, foram destacadas a imprudência nas rodovias, as alucinações vividas em meio à noite, além dos “perigos do prazer”, com alusão à lenda da Dama de Vermelho, representada em um dos destaques de chão. Dentre as alas, destaque para os “Piratas do Asfalto”, retratando o drama dos roubos de carga que tanto assustam motoristas pelo Brasil.

Além da homenagem aos socorristas, também em ala, este setor ainda trouxe a terceira alegoria, “Estrada de fúria e prazer”, com um misto do que foi apresentado no setor. Dividido em dois momentos, a parte inicial trouxe um cabaré, com destaque para as esculturas laterais fazendo menção às damas do lugar. Na parte traseira, um alerta para o que a imprudência pode causar, a morte, com esculturas de monstros híbridos como destaque.

QUARTO SETOR

Um passeio pelo Brasil foi o que o desfile da Rosas de Ouro apresentou no penúltimo setor do desfile. Com cada ala representando a passagem do caminhoneiro por uma região do país e um dos casais da escola homenageando a região Centro-Oeste. Na penúltima alegoria da escola, espaço também para homenagens às regiões Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Destaque para as populares frases de para-choque de caminhão pela alegoria e para as malas nas laterais, remetendo à bagagem adquirida pelo tempo de estrada.

QUINTO SETOR

A volta para a casa após o dia de longa labuta deu o tom do trecho final do desfile da Rosas de Ouro. Mas antes, houve espaço para algumas homenagens pontuais no quinto setor: à cidade de Itabaiana (SE), considerada capital nacional do caminhão; à dupla Pedro e Bino, do seriado Carga Pesada da TV Globo, dentre outras. Além disso, a velha companheira do caminhoneiro, a música sertaneja também teve espaço no carnaval da Roseira.

O último carro, em tons de azul, foi idealizado no formato de duas violas, em alusão ao ritmo sertanejo que embala as boleias de todo o Brasil. No centro, a casa do caminhoneiro foi mais uma vez retratada, marcando seu retorno ao lar e ao convívio da família. Encerrando assim, não só a rotina do caminhoneiro, como o desfile da Sociedade Rosas de Ouro.

 

Botequim da SASP