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Eu não nasci no samba, mas o samba nasceu em mim, por Antonio Junior

“Eu não nasci no samba, mas o samba nasceu em mim”. Esses versos de “É corpo, é alma, é religião”, eternizados na voz de Maria Rita, traduzem o sentimento de muitos dos apaixonados pelo gênero que identifica o Brasil no exterior e, claro, pelo carnaval das escolas de samba. Muitos – como este jornalista que aqui escreve – não nasceram ou cresceram dentro de uma escola de samba, mas tem no samba e no carnaval a válvula de escape para enfrentar as adversidades do dia a dia. E isso acontece justamente por uma virtude presente como uma das principais características do samba e do carnaval: a integração.

Ainda que haja vaidades comuns em um ambiente com perfis muitos distintos, o samba ainda é um dos locais mais democráticos da nossa sociedade. Nele, pobres e ricos brincam lado a lado e choram de emoção e alegria (e às vezes também de tristeza) por suas escolas de samba.

Para quem vive dentro de uma escola de samba, por exemplo, e que como em qualquer relação já sofreu com algumas decepções, esse discurso pode parecer utópico – e talvez, de fato, até seja. Mas também é fato que quando se ouve tamborim, pandeiro, cavaco e tudo mais que envolve esse gênero chamado samba, ricos, pobres, brancos, pretos e quem mais quiser chegar não fica parado.

E aí, como diz a mesma música que abriu esse texto, “Tanto faz se é Vila Matilde, Mocidade Alegre ou Vai-Vai no Bixiga”. Das escolas mais tradicionais às mais novas, sejam elas oriundas de torcida uniformizada ou não, o importante é manter erguida a bandeira do samba. Esse gênero é quase que sinônimo de felicidade, independentemente se você desfila ou frequenta uma escola de samba, se tem no carnaval o seu ganha-pão ou se você paga o ingresso e vai curtir os desfiles na sexta ou no sábado de carnaval, no Sambódromo do Anhembi.

Que em tempos tão estranhos como os que vivemos no nosso país, essa bandeira que é de resistência, de integração e de valorização da cultura do nosso povo siga tremulando. Viva o samba, viva a nossa cultura!

Por Antonio Júnior, chefe de redação da Sociedade Amantes do Samba Paulista

Botequim da SASP