por Fabio Parra
Uma das mentes mais brilhantes da história do samba paulistano nos deixa hoje, 2/03/2021. O ator, cenógrafo e carnavalesco Luís Carlos Rossi, responsável por desfiles antológicos da maior campeã do nosso carnaval: a escola de samba Vai-Vai.
Paulista de Rio Preto, Luiz Carlos Rossi já era um ator premiado quando saiu de sua cidade natal para cursar a Escola de Artes Dramáticas da USP. Mas sua carreira se destacou mesmo foi pelos trabalhos como cenógrafo e figurinista atuando na TV Cultura, TV Bandeirantes, em produções cinematográficas como A Dama do Cine Shangai e no Núcleo de Repertório do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia).
Embora tenha assumido como carnavalesco do Vai-Vai somente em 1990 (em parceria com Fábio Brando), Rossi já atuava na escola desde meados da década de 80, integrando a equipe do também teatrólogo Ulisses Cruz.
A presença de cenógrafos e figurinistas de teatro no Vai-Vai vem desde os tempos de cordão, em uma integração natural e até previsível em se tratando do bairro do Bixiga, com sua diversidade de manifestações culturais: além de berço da agremiação, o Bixiga também é o mais tradicional polo teatral da cidade.
Esse fenômeno, de comunidade e de territorialidade, conferiu ao Vai-Vai uma identidade visual ímpar e encantadora, que marcou a escola por décadas. E tudo começou espontaneamente, com figurinos sendo desenhados na porta do Cine Rex. De toda essa geração, os primeiros artistas a assinarem formalmente os figurinos e croquis do Cordão Vai-Vai foi o trio de teatrólogos Caio, Tina e Minoru (não se usava a expressão “carnavalesco” ainda).
Rossi foi carnavalesco do Vai-Vai até 1995, e foi responsável pelo genial campeonato de 1993, com o enredo ‘Nem Tudo que Reluz é Ouro”.