Chegamos nos últimos dias de 2018, e esse é um período essencial para uma reflexão de tudo que aprendemos com o ano que passou, analisando acertos e erros, para que possamos ser melhores no novo ciclo que começará a partir de 1 de janeiro. Todos desejamos coisas boas para um ano que se inicia, mas para que isso seja concreto, é preciso compreender as lições obtidas nos últimos 12 meses, e 2018, foi uma ano de muito aprendizado, em todas as áreas, inclusive em nosso universo carnavalesco.
Neste ano, mais uma vez vimos que para ser vitorioso no carnaval é preciso ter organização. Vimos o bicampeonato do Acadêmicos do Tatuapé, uma escola que em 2010, desfilava pelo grupo 1 da UESP, e hoje é exemplo do organização e planejamento de um desfile carnavalesco. Outras entidades também vem mostrando isso, temos diversos exemplos, como a Dragões da Real, Mancha Verde, Colorado do Brás, Tom Maior, Mocidade Unida da Mooca, Barroca Zona Sul e Primeira da Cidade Líder. É claro que a organização deve ser somada também com o trabalho com suas comunidades, uma coisa completa a outra, e essa é outra grande lição de 2018.
As escolas de samba precisam se voltar para quem as transformou nessa gigantesca manifestação cultural. É preciso levar o carnaval de volta para as comunidades, para as periferias, para os locais que durante anos, foram os pilares dessa grande festa. O carnaval é o lugar onde as barreiras sociais deveriam não existir, onde pobres e ricos deveriam ser tratados igualmente. Precisamos trazer gente nova para festa e isso depende muito de um grande trabalho de base nas comunidades. Sem isso, estamos fadados ao ostracismo em um futuro bem próximo.
Falando em futuro, precisamos também analisar as ações dos dirigentes das escolas de samba. Neste ano, vimos a grave situação que está acontecendo no carnaval carioca, com redução da verba pública e saída de grandes patrocinadores. Tudo isso aliado à política de diminuição da importância cultural do carnaval promovida por um prefeito que foi eleito apoiado pelos dirigentes carnavalescos. Mas a grande culpa dos mandatários do carnaval de lá não foi o apoio ao Marcelo Crivella, mas sim a falta de transparência na produção e organização do carnaval. É preciso jogar às claras com a sociedade, principalmente em uma festa que envolve dinheiro público. É essa lição que o carnaval de São Paulo precisa aprender.
Atualmente vivemos o oposto dessa situação, já que o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, é um grande apoiador da festa. Mas é preciso aproveitar esse bom relacionamento entre poder público e sambistas, e trazer transparência para as administrações das entidades carnavalescas. Temos que prestar contas para a população do dinheiro que vem dos cofres públicos. Dirigentes: tomem esse cuidado já, pois tudo pode mudar em um piscar de olhos, ainda mais com uma onda conservadora que se instalou no país. O carnaval será colocado em xeque caso não haja um mudança de postura em nossos dirigentes.
Por fim, 2018 foi um ano de muito aprendizado para a SASP. Chegamos a nossa maioridade, 18 anos de um incansável trabalho em prol do carnaval paulistano. E assim, fizemos a maior cobertura de nossa história, com um alcance de mais de 1 milhão de visitas em nosso site, sem contar a nossa audiência em outros canais, como no Facebook e Youtube. Porém, esses números não nos salvaram de uma paralisação nas atividades, por conta da falta de apoio financeiro ao nosso projeto. Foram dois meses de extrema agonia de nossa equipe e também dos apreciadores do carnaval, mas mesmo sem o apoio necessário, decidimos retornar e seguir com que sabemos fazer: promover o carnaval paulistano.
E assim passamos por mais um ciclo, desejando que 2019 seja um grande ano para todos!