Home > SASP > ESPECIAIS > Colunistas > Coluna Di Quinta- Clara e Tarsila do Amaral – Mulheres a frente do seu tempo unidas por uma Madureira moderníssima!

Coluna Di Quinta- Clara e Tarsila do Amaral – Mulheres a frente do seu tempo unidas por uma Madureira moderníssima!

Spread the love

Já disse que sou portelense desde o berço, certo!? Então, caro leitor… Hoje é dia de comentar um pouco sobre esse enredo que era um verdadeiro sonho de dez entre dez portelenses!

Mencionar Clara Nunes em Madureira é como falar sobre uma verdadeira entidade: Singela representatividade de nosso samba e da nossa cultura popular brasileira.
O mais curioso é que Clara não começou no samba, mas foi introduzida graças ao grande mestre Ataúlfo Alves. E passou a se encantar com a Portela após assistir um desfile da agremiação em meados de 1960.

Ela se encantou pela beleza e magia da águia altaneira como tantos outros meros mortais, assim como Tarsila do Amaral também se envolveu com o Carnaval de Madureira (chegando a produzir um quadro sobre, inclusive).
Duas mulheres modernas para seus respectivos tempos, duas mulheres que utilizaram a arte como ferramenta de transformação!
E após 95 anos de Portela, elas estarão unidas para contar uma história sobre suas próprias memórias.

Deixo vocês com um poema em homenagem a vida e obra de Clara Nunes e termino o texto parafraseando um clássico comentário de Clara: Clara… Sua fama jamais passou e cada coração azul e branco jamais esqueceu e esquecerá de você!
Salve, Claridade! 

Claridade (Yuri Coloneze)

Ainda lembro da primeira vez com meu velho pai ouvindo aquela canção
De forma infantil, acho que perdi a respiração
Por tua voz em feitio de oração
Mesmo pequeno já percebia o teu grande coração
Cada palavra que pulsava notas de azul e branco em conjunção

Ser de luz
O menino percebeu o que aquela alma ainda tanto traduz
Sabiá de brasileiro interior
Protetora de bambas que carregam o tambor como verdadeiro esplendor
Como doce e saborosa lembrança
Aquela que alimenta o sambista com tamanha esperança

Para sentir o teu cheiro de cultura popular
É congada, é cortejo? 
Heranças do povo festeiro de algum cantinho tão sertanejo
Ou é o tesouro dp trovão refletido em conto da areia?
Aquele que alumia o pescador em dia de maré cheia

Canto de força do trabalhador e da feira 
Canela, alecrim e broa de milho
Eterno sorriso de criança sem jamais perder o brilho
Mulher do pé no chão na moderníssima Madureira
É promessa de fé, Clara guerreira! 

Carregando rosas e rendas para a capela
Protegido pelo Padroeiro da nossa Portela
Salve a semente que transformou cada fundamento da antiga vela
22 bênçãos de Paulo e Candeia
Claridade é como encanto da mãe d’água refletido na imagem da sereia!

Att, 
Yuri Coloneze. 

Foto: Religiões Afro Entrevistas

Botequim da SASP